João Paulo Albuquerque Lima, de 28 anos, e Alisson de Souza, de 27 anos, alvos de atentado que acabou na morte de um deles, na noite desta segunda-feira (21), em Campo Grande, pertenciam à quadrilha especializada em assaltar motoristas de aplicativo. Os dois, inclusive, respondiam pelo crime – entre diversas outras passagens – e estavam foragidos.
Em um dos processos contra a dupla, de 2018, outras duas pessoas aparecem como suspeitos de participação no sequestro de um motorista. Segundo a denúncia, no dia 25 de março daquele ano, os quatro mantiveram a vítima refém por cerca de 3 horas.
Armados com uma faca, o grupo rendeu o motorista após ele aceitar corrida que começou em uma conveniência na avenida Marquês de Pombal, região do Tiradentes. No local, uma mulher, hoje com 25 anos, entrou no veículo e solicitou que o condutor fosse até o bairro Parati, na rua da Divisão, onde buscaria seu namorado, o primo e um amigo.
Os três homens embarcaram no banco traseiro. No trajeto, o autor que estava sentado atrás do banco do motorista aplicou uma “gravata”, enforcando a vítima. Uma touca foi usada para cobrir a cabeça do condutor, que também teve as mãos amarradas.
Um dos autores assumiu a direção do veículo e, por cerca de uma hora, o grupo percorreu ruas e avenidas da cidade, até um imóvel na região das Moreninhas. No local, a vítima foi mantida refém em um dos cômodos, sendo vigiada por um dos assaltantes.
O motorista só foi libertado após o dia amanhecer. Colocado de volta no carro, ele foi deixado na região da Uniderp Agrárias, em uma rua deserta. Logo depois, o jovem conseguiu denunciar o caso à polícia.
Dois dias após o crime, o carro do motorista de aplicativo foi localizado em poder de um dos bandidos. Isso foi possível após a vítima publicar o roubo em uma rede social e um amigo indicar o endereço onde o veículo estava.
Com a prisão de um dos envolvidos, os outros assaltantes foram identificados e presos. Investigações apontam que Alisson, o homem que sobreviveu ao ataque de ontem, foi quem anunciou o assalto. Já João Paulo, além de ter participado da ação, assumiu a direção do veículo e também forneceu materiais, como luvas, touca e um cinto.
Passagens
Conforme apurado pela reportagem, a ficha dos dois amigos era extensa. João Paulo, que não resistiu aos tiros e morreu na noite desta segunda, tinha passagens por posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, apropriação indébita, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, roubo majorado pelo emprego de arma, roubo majorado pela restrição da liberdade da vítima e lesão corporal.
Alisson, que está internado sob escolta na Santa Casa de Campo Grande, tinha várias passagens por receptação, furto, roubo majorado pelo emprego de arma de fogo, roubo majorado pela restrição da liberdade da vítima, dano qualificado, roubo majorado pela liberdade, tráfico de drogas, roubo majorado pelo concurso de pessoas e porte ilegal de arma de fogo.