Em depoimento, o adolescente relatou que sofria constantes agressões físicas e psicológicas por parte da mãe, que o humilhava e o privava de seu salário
Um crime bárbaro chocou a cidade de Campo Grande. Um adolescente de 16 anos confessou ter assassinado a própria mãe, Regina Fátima Monteiro de Arruda, de 52 anos, com 20 facadas. O crime aconteceu na madrugada de ontem, na Rua Macarai, no Jardim Zé Pereira. O jovem, que alegou ter sido vítima de anos de abusos físicos e psicológicos, foi apreendido em flagrante.
De acordo com a Polícia Civil, o adolescente planejou o crime e atacou a mãe enquanto ela dormia. Ele desferiu múltiplas facadas em diversas partes do corpo da vítima, demonstrando uma violência extrema. Após o crime, o jovem fugiu para um matagal nas proximidades, retornando à casa horas depois para tomar banho e beber água, momento em que foi capturado pelos policiais.
Em depoimento, o adolescente relatou que sofria constantes agressões físicas e psicológicas por parte da mãe, que o humilhava e o privava de seu salário. A motivação do crime, segundo ele, seria a necessidade de se libertar de anos de sofrimento.
Conforme a Polícia Civil, após finalizar os trabalhos periciais, com as informações primárias, a equipe da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada) iniciou as diligências no bairro para descobrir o paradeiro do garoto.
Cerca de uma hora após o início, ao retornarem à casa da vítima, os policiais civis se depararam com o adolescente pulando o muro da casa. Assim que matou a mãe, o garoto se escondeu em um matagal nas redondezas e havia retornado ao local para tomar banho e beber água, momento em que recebeu voz de prisão.
Vizinhos confirmaram as agressões e relataram que a mulher tinha problemas com o álcool. “O menino trabalhava como Mirim. Ele é bem tranquilo. A mãe pegava todo o salário dele. Pode ter sido uma ação de reação. O pai dele está preso há muitos anos”, disse um morador.
O caso levanta diversas questões sobre a violência doméstica, a saúde mental e a justiça juvenil. A história do adolescente evidencia a necessidade de políticas públicas mais eficazes para proteger crianças e adolescentes vítimas de violência, além de oferecer suporte psicológico e social para aqueles que passam por situações semelhantes.