Defesa de Celso Eder contesta provas e pede anulação da Operação Ouro de Ofir
O empresário Celso Eder Gonzaga de Araújo, investigado na megaoperação Ouro de Ofir, protocolou um pedido de nulidade do processo que tramita na 4ª Vara Criminal de Campo Grande. A defesa alega diversas irregularidades na investigação, como a inépcia da denúncia, a ilicitude de provas obtidas a partir de delação anônima e a ausência de provas concretas que vinculem o acusado aos crimes de estelionato e organização criminosa.
Em um documento denominado “Resumo das alegações finais”, a defesa argumenta que a denúncia apresentada pelo Ministério Público é vaga e genérica, não especificando as condutas imputadas a cada um dos acusados. Além disso, a defesa destaca que as provas utilizadas para embasar a acusação foram obtidas de forma ilícita, a partir de uma delação anônima, e não possuem o rigor necessário para sustentar uma condenação.
Outro ponto crucial levantado pela defesa é a ausência de representação das supostas vítimas do esquema. Apesar de a denúncia alegar que um grande número de pessoas teria sido lesado, nenhuma vítima se manifestou formalmente para denunciar o crime.
“A denúncia utilizou somente termos genéricos, sem descrever condutas individualizadas, sem apontar, com clareza e especificidade a atuação de cada um dos acusados, situação essa que está a redundar na inépcia da denúncia”, afirma a defesa.
A Operação Ouro de Ofir, deflagrada pela Polícia Federal há sete anos, investigou um esquema de pirâmide financeira que prometia altos retornos financeiros aos investidores. Os organizadores do esquema alegavam ter acesso a um montante bilionário em ouro e prometiam multiplicar o dinheiro dos investidores em pouco tempo.