Quando a Walt Disney Animation Studios chegar ao seu 60º longa-metragem – que será com Encanto em 2022, ela se encontrará em um momento interessante e novo. Esse momento tem início agora em Raya e o Último Dragão, que promete ser o sucesso do modelo streaming e que cruzará a linha entre o respeito aos tropos da era clássica da Disney e um refletir da diversidade moderna de vozes atual.
A história se desenrola em uma terra mística anteriormente conhecida como Kumandra, onde gerações anteriores aos dragões protetores do mundo combinaram seus poderes para derrotar um grande mal violento conhecido como Druun. Este poder foi contido pelo último dragão Sisu (Awkwafina) em um orbe, mas o desejo da humanidade por este poder dividiu o reino em 5 regiões diferentes, com o tal orbe guardado no reino Coração da Terra.
500 anos depois, a princesa de Coração, Raya (Kelly Marie Tran) e seu pai amoroso Benja (Daniel Dae Kim) buscam unir as várias regiões e, finalmente, trazer de volta a harmonia de Kumandra. Mas as velhas lutas humanas ainda persistem, mergulhando o reino de volta no caos escuro, deixando Raya para embarcar em uma jornada para encontrar o último dragão.
Um estúdio tradicional precisa se conectar com o atual e fez isso com uma calorosa mensagem de confiança e unidade nesses momentos em que talvez sejam mais necessários. Raya e o Último Dragão fez grande uso das fórmulas da Disney para entregar outra história de princesa pronta para a ação, e com temas sinceros que acompanham os novos tempos. O cenário e os personagens são admiravelmente honestos e também defeituosos, embuídos com algumas verdades duras sobre a humanidade trazidas ao centro desta forte história sobre a busca da paz, sobre a violência da escuridão e o impacto que a desconfiança e divisão nos trás.
Algumas das muitas piadas abrilhantam tudo principalmente graças ao conflito entre o cenário mítico e momentos de diálogo coloquial adolescente, então, novamente, o trabalho tenta se conectar com o século 21 moderno. Esta é uma aventura promissora, acompanhada por um poder visual absolutamente lindo, repleto de esplêndido estilo de animação e espírito colorido de absorção. Já na trilha trilha de James Newton Howard captura-se um pouco do cool moderno aliado ao poder místico de um coração arrebatador. É arrepiante. Este filme fica perfeito em casa na tela grande.
Kelly Marie Tran se destaca como a voz de Raya, uma jovem motivada que é movida por uma causa pessoal em sua jornada. Ela é uma grande pessoa que se torna brilhantemente identificável por seus próprios contratempos e medos humanos. Ela é acompanhada por uma série de personagens secundários como: o tatu/percevejo/pangolim Tuk Tuk (Alan Tudyk), a bebê vigarista (Thalia Tran) e seus companheiros animais, o enérgico cozinheiro infantil Boun (Isaac Wang) e o adorável guerreiro Tong (Benedict Wong). Há também grandes motivações na interpretação de uma carismática Awkwafina como Sisu – que tem uma vibração quase o Mushu de Eddie Murphy com ainda mais espiritualidade. Já Gemma Chan encarna a princesa guerreira rival Namaari, cuja personagem realmente floresce entre o elenco de apoio ao longo do filme, e se torna uma espécie de reflexo mais sombrio da protagonista de Tran.
Raya e o Último Dragão é um mito deslumbrantemente completo, pungentemente positivo e uma empolgante aventura familiar que em geral triunfa cinematograficamente e se torna fascinante.
5 pipocas!
Disponível no Disney+ para assinantes com Premier Access e em cartaz no UCI Bosque Dos Ipês (Legendado as 16h15 e Dublado as 14h.