Nós sabíamos que a transmissão do 93º Oscar seria diferente antes mesmo do cineasta independente Steven Soderbergh assinar para produzi-la. Nossa pandemia de 13 meses está em declínio mas, ainda existe o fator limitante para grandes reuniões públicas. A questão era: seria um tipo bom de diferente ou um tipo ruim de diferente?
A cerimônia acabou sendo um pouco das duas coisas – e no geral, ainda mais divertida do que a média dos Oscars pré-COVID. Começou especialmente forte. Créditos de abertura brilhantes e multicoloridos rolados enquanto as câmeras em movimento seguiam Regina King pelo local principal improvisado, o Union Station em Los Angeles, numa tomada que poderia ter saído diretamente do próprio 11 Homens e 1 Segredo. de Soderbergh. Foi uma sequência deslumbrante que entregou todo o hype antecipado que prometia que a premiação seria exibida como um blockbuster de Hollywood bem executado.
Soderbergh, que produziu a transmissão em colaboração com Stacey Sher e Jesse Collins, passou semanas discutindo essa abordagem. “Vai parecer um filme, pois há um tema abrangente que é articulado de diferentes maneiras ao longo do programa”, disse ele. “Queremos que você sinta que não foi um show feito por uma instituição. Queremos que você sinta que está assistindo a um programa feito por um pequeno grupo de pessoas que realmente excluiu tudo o que parecia genérico, desnecessário ou falso.”
Essa equipe de produção entrou em vantagem depois que o Globo de Ouro mostrou um baixo nível na entrega de prêmios num evento socialmente distante, com uma cerimônia profundamente entediante que foi ao ar em meio a uma agitação ainda crescente sobre o racismo dentro da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood. E é difícil imaginar uma equipe melhor para refazer uma tradição que estava definhando bem antes de COVID. Enquanto Collins é um produtor veterano de transmissões ao vivo – incluindo o Grammy pandêmico surpreendentemente decente do mês passado, Sher sempre teve uma carreira incrível. E de sua parte Soderbergh pode ser o diretor vivo mais versátil de Hollywood, sempre pronto para um desafio criativo.
Soderbergh e seus parceiros escolheram bem seus apresentadores: abrir uma cerimônia de premiação com Regina King e Laura Dern é como abrir uma festa de aniversário de uma escola primária com pizza e bolo de sorvete. Muitos aspectos do show que pareciam arriscados em teoria, desde o local na estação de trem até o rebaixamento das apresentações da música original para o pré-show, acabaram muito bem na prática. Os produtores alcançaram um equilíbrio inteligente entre glamour e segurança, evitando um evento superdimensionado ao mesmo tempo em que poupou dos espectadores a visão meio deprimente das estrelas em moletons aceitando troféus de seus sofás.
Cada parte da cerimônia deste ano foi mais íntima e menos espalhafatosa do que qualquer programa de premiação de que me lembro. Pela primeira vez, a arte e a comunidade do cinema pareciam ter entrado na nossa casa de tão acolhedora. Os apresentadores foram pessoais. Laura Dern relembrou a experiência formativa de assistir uma obra-prima de Fellini pela primeira vez. No lugar dos clipes de filme livres de contexto usuais, muitas vezes tivemos vislumbres genuinamente iluminadores das origens dos indicados ou insights sobre suas abordagens para o trabalho para o qual foram indicados.
Os discursos de agradecimento foram incomumente espirituosos, íntimos e envolventes – como semprr. O diretor de Another Round, Thomas Vinterberg, abriu seu discurso de vitória internacional com o tipo de humor seco que os dinamarqueses fazem tão bem, antes de fazer a transição, de forma emocionante, para uma lembrança de sua filha falecida. Yuh-Jung Youn, uma figura fixa na indústria de entretenimento coreana que encontrou fama cruzada em Minari, flertou com Brad Pitt e zombou da ideia de que ela merecia vencer Glenn Close. E Frances McDormand soltou um uivo épico porque, bem, Frances McDormand ganhou o direito de fazer o que quisesse depois de ganhar 2 Oscar quase seguidos.
A Academia pode ter abraçado a mudança por necessidade, em um momento precário, mas faria muito bem manter essa atitude, independentemente de quem eles contratem para produzir os programas subsequentes; que seja este o novo normal. Podemos muito bem ter deixado a atual crise de saúde pública para trás neste momento em 2022 mas, levará mais de um ano decente, no entanto, para que o Oscar alcance o mesmo prognóstico otimista dessa edição histórica.
5 pipocas!
– Quem são os ganhadores, Pedroka?
Melhor filme
Meu Pai
Judas e o Messias Negro
Mank
Minari
Nomadland
Bela Vingança
O Som do Silêncio
Os 7 de Chicago
Melhor direção
Thomas Vinterberg – Druk: Mais uma Rodada
David Fincher – Mank
Lee Isaac Chung – Minari
Chloé Zhao – Nomadland
Emerald Fennell – Bela Vingança
Melhor ator
Riz Ahmed – O Som do Silêncio
Chadwick Boseman – A Voz Suprema do Blues
Anthony Hopkins – Meu Pai
Gary Oldman – Mank
Steven Yeun – Minari
Melhor atriz
Viola Davis – A Voz Suprema do Blues
Andra Day – Estados Unidos Vs Billie Holiday
Vanessa Kirby – Pieces of a Woman
Frances McDormand – Nomadland
Carey Mulligan – Bela Vingança
Melhor ator coadjuvante
Sacha Baron Cohen – Os 7 de Chicago
Daniel Kaluuya – Judas e o Messias Negro
Leslie Odom Jr. – Uma Noite em Miami
Paul Raci – O Som do Silêncio
Lakeith Stanfield – Judas e o Messias Negro
Melhor atriz coadjuvante
Maria Bakalova – Borat: Fita de Cinema Seguinte
Glenn Close – Era uma Vez um Sonho
Olivia Colman – Meu Pai
Amanda Seyfried – Mank
Yuh-Jung Youn – Minari
Melhor roteiro adaptado
Borat: Fita de Cinema Seguinte
Meu Pai
Nomadland
Uma Noite em Miami
O Tigre Branco
Melhor roteiro original
Judas e o Messias Negro
Minari
Bela Vingança
O Som do Silêncio
Os 7 de Chicago
Melhor curta-metragem
Feeling Through
The Letter Room
The Present
Two Distant Strangers
White Eye
Melhor animação
Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica
A Caminho da Lua
Shaun, o Carneiro, o Filme: A Fazenda Contra-Ataca
Soul
Wolfwalkers
Melhor curta de animação
Burrow
Genius Loci
If Anything Happens I Love You
Opera
Yes-People
Melhor documentário
Collective
Crip Camp: Revolução pela Inclusão
The Mole Agent
Professor Polvo
Time
Melhor documentário de curta-metragem
Collete
A Concerto is a Conversation
Do Not Split
Hunger Ward
A Love Song for Latasha
Melhor filme internacional
Druk: Mais uma Rodada (Dinamarca)
Better Days (Hong Kong)
Collective (Romênia)
O Homem que Vendeu Sua Pele (Tunísia)
Quo Vadis, Aida? (Bósnia)
Melhor fotografia
Judas e o Messias Negro
Mank
Relatos do Mundo
Nomadland
Os 7 de Chicago
Melhor montagem
Meu Pai
Nomadland
Bela Vingança
O Som do Silêncio
Os 7 de Chicago
Melhores efeitos visuais
Amor e Monstros
O Céu da Meia-Noite
Mulan
O Grande Ivan
Tenet
Melhor trilha sonora original
Terence Blanchard – Destacamento Blood
Trent Reznor e Atticus Ross – Mank
Emile Mosseri – Minari
James Newton Howard – Relatos do Mundo
Trent Reznor, Atticus Ross e Jon Batiste – Soul
Melhor canção original
“Fight for You” – Judas e o Messias Negro
“Hear my Voice” – Os 7 de Chicago
“Husavik” – Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars
“Io Sí” – Rosa e Momo
“Speak Now” – Uma Noite em Miami
Melhor som
Greyhound
Mank
Relatos do Mundo
Soul
O Som do Silêncio
Melhor figurino
Emma
A Voz Suprema do Blues
Mank
Mulan
Pinóquio
Melhor cabelo e maquiagem
Emma
Era uma Vez um Sonho
A Voz Suprema do Blues
Mank
Pinóquio
Melhor design de produção
Meu Pai
A Voz Suprema do Blues
Mank
Relatos do Mundo
Tenet