Le Pupille é um curta-metragem em italiano que gira em torno de um internato cristão e seus costumes ortodoxos. O filme é escrito e dirigido por Alice Rohrwacher e produzido pelos cineastas vencedores do Oscar Alfonso Cuarón, Carlo Cresto-Dina e Gabriela Rodriguez. E tem um tempo de execução total de trinta e nove minutos.
O elenco completo do filme inclui Alba Rohrwacher, Melissa Falasconi, Greta Zuccheri Montanari, Carmen Pommella, Lady Maru, Luciano Vergaro, Carlo Tarmati e Valeria Bruni Tedeschi. Além disso, Hélène Louvart atua como diretora de fotografia do filme, enquanto Carlotta Cristiani chefia o departamento de edição.
Le Pupille é uma fábula de amadurecimento centrada na inocência, ganância e fantasia que segue garotinhas rebeldes em um internato católico na véspera do Natal durante um tempo de guerra fictício. Imagina-se os caminhos se cruzando no colégio interno, e o Natal se aproximando nos pensamentos e ações das meninas órfãs deixadas sozinhas com quatro freiras em uma época de escassez. A história tem seu foco sobre desejos, puros e egoístas; sobre liberdade e devoção, sobre a anarquia que é capaz de florescer na mente das meninas dentro dos limites do rigoroso internato. Embora as meninas obedientes não possam se mover, seus alunos podem dançar a dança desenfreada da liberdade.
LEVES SPOILERS A SEGUIR COMO PRESENTE DE NATAL
O curta-metragem começa com vislumbres de um orfanato cristão ortodoxo em meio à guerra. E encontra uma série de órfãs rebeldes, aprendendo a lidar com os rígidos maneirismos do lugar. A princípio, o próprio cenário tira todas as dúvidas sobre liberdade e rotina e propaga a ideia de pouca inclusão.
A programação mundana das meninas do orfanato começa acordando na hora, arrumando suas camas e ouvindo os comentários da guerra enquanto permanecem completamente paradas. Além disso, elas são constantemente informadas sobre as virtudes do inferno e do céu, sendo este último um lugar de fogo e temperatura extrema. Isso, em particular, é feito para impedi-las das loucuras fantasiosas do mundo cotidiano.
No entanto, o enredo do curta-metragem se move rapidamente, quando uma das meninas (que mais tarde é descrita como a malvada pela freira), muda acidentalmente o canal do rádio. O erro inocente muda completamente o ambiente do grupo e as quebra em uma música de dança e emoções.
Há também uma parte específica em Le Pupille, onde as meninas são preparadas para as canções natalinas, e uma das visitantes traz para elas um bolo, feito de 70 ovos (em tempo de guerra). Toda a cena se desenrola de forma inesperada e cria uma espécie de confusão para as freiras, para controlar a visitante.
O que acontece a seguir nessas duas situações é um comentário atrevido sobre os costumes inibidores e sua irônica diligência. Seguido por um cômico e metaclímax, que termina com uma nota doce (literalmente). Em suma, este curta-metragem italiano é um relógio completo, que se destaca em mostrar as diferentes ideias de liberdade.
FIM DOS SPOILERS
O humor é outro elemento forte neste curta-metragem e é usado de forma bastante eficaz. Especialmente na cena em que todas as garotas são obrigadas a limpar a língua com sabão, logo após cantarem a letra da música proibidade do rádio. A coisa toda é hilária porém assustadora, mas transmite a mensagem dos costumes ortodoxos de maneira brilhante.
Le Pupille é um relógio incrível e te enche de emoções. Muitas vezes mistura a luta do mundo real com pitadas de magia ou travessuras. A intenção era ser alegre, ter uma história alegre – e ao mesmo tempo séria. A idéia era ver alegria nas imagens e na forma como contávasse a história. Até por motivo de curiosidade, te conto que Le Pupille foi filmado durante a pandemia, reunindo seus jovens atores após um período de isolamento sem precedentes. Sabendo disso acho que o mais lindo foi ter todas essas meninas juntas. De repente, elas poderiam estar juntas depois de tanto tempo. Por disso, há certos momentos que vão fazer você rir, se divertir e pensar profundamente em tudo ao mesmo tempo.
Rohrwacher diz que queria pegar o gênero de uma história de Natal, que tradicionalmente vem com uma moral ou lição no final, e virar um pouco de cabeça para baixo isso. Ou seja, fato é que a moral dessa história é um pouco bizarra, por um lado, há uma história de Natal e, por outro, muita fantasia e muita imaginação – a minha imaginação e a imaginação do espectador.
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