Kim Jong-un responde com veemência às falas do secretário de Estado dos EUA, que chamou o país de “Estado delinquente”, aumentando as tensões diplomáticas.
A Coreia do Norte classificou como “provocação política grave” as declarações do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, que recentemente se referiu ao país como um “Estado delinquente”.
Esta é a primeira crítica pública a capital da Coréia do Norte , Pyongyang no governo do presidente Donald Trump, que tem manifestado interesse em retomar o diálogo com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Em comunicado divulgado pela agência estatal KCNA, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores norte-coreano afirmou que “o país mais depravado do mundo”, referindo-se aos EUA, “não tem o direito de criticar outras nações”. O representante considerou a classificação de “Estado delinquente” como “sem sentido” e uma “provocação política grave, totalmente contrária ao princípio do direito internacional”.
O comunicado enfatiza: “É necessário mencionar o quão absurdo e ilógico é que o Estado mais depravado do mundo rotule outro país como um Estado delinquente”. Acrescenta ainda que “as palavras e ações hostis da pessoa que está no comando da política externa dos EUA serviram como uma ocasião para confirmar mais uma vez a política hostil dos EUA em relação à Coreia do Norte”.
Na semana anterior, em entrevista à jornalista Megyn Kelly, Rubio mencionou que, além de lidar com potências como China e Rússia, os EUA enfrentam desafios provenientes de “Estados delinquentes como o Irã e a Coreia do Norte”. Anteriormente, durante sua confirmação no Senado, Rubio já havia criticado regimes como os de Moscou, Teerã e Pyongyang, acusando-os de semear “caos e instabilidade” e de apoiar grupos terroristas radicais.
Essas trocas de declarações ocorrem em um momento em que o presidente Trump expressa interesse em reabrir canais de comunicação com Kim Jong-un. No entanto, as tensões persistem, especialmente após a Coreia do Norte afirmar que seu programa nuclear continuará “indefinidamente” e que 2025 será um “ano crucial” para o fortalecimento de seu arsenal nuclear.
Esses desenvolvimentos indicam que qualquer tentativa de reaproximação entre Washington e Pyongyang enfrentará desafios significativos, dados os recentes desentendimentos e a postura assertiva de ambos os lados.
Fotos: Al Jazeera News (capa) e Getty Images (interna)