Governar é um verbo que inspira diversas traduções, cada uma com a sua visão filosófica, conjuntural ou pontual, às vezes sob o olhar temporal, mas quase todas reconhecendo uma condição ambicionada por muitos, mas limitada à capacidade de poucos. Um exemplo dessa variedade de leituras foi a convicção de um mandatário brasileiro, Washington Luís.
Em 1926, Washington Luís impulsionou sua campanha vitoriosa a presidente com um apelo retórico que até hoje inspira diversos gestores: “Governar é abrir estradas”. Advogado, historiador e político, ele havia governado o Estado e o Município de São Paulo, porém não fez desta frase uma tradução filosófica, e sim um compromisso gerencial com o olhar de quem sentia a necessidade de mudar o foco ferroviarista dos governos até então.
Atualmente, um dos estados que mais contribuem com a solução de problemas sociais e econômicos no Brasil é Mato Grosso do Sul. Uma das principais fotografias deste processo é a política de investimentos na malha viária. O governador Eduardo Riedel, seguindo e aprimorando o olhar do antecessor, Reinaldo Azambuja, faz das obras rodoviárias uma das marcas de maior serventia e visibilidade para o desenvolvimento no País.
Contudo, a maior marca destes dois governadores está no domínio da arte de governar. É uma arte que vai muito além de abrir estradas, engloba outras decisões que alimentam e qualificam seu conteúdo. A escolha certa dos auxiliares, por exemplo, é uma medida básica da estratégia gerencial. É vetor da operação cerebral, que concilia responsabilidades administrativas e políticas, fazendo a transversalidade no campo de intervenções oficiais e cimentando a planície do diálogo, onde governo e servidores experimentam o mesmo sentimento de ação e de compromisso conceitual.
Governar é, também, a arte de construir caminhos para que o andar político de um governo tenha caminhos em condições favoráveis de tráfego para avançar e produzir soluções. E neste apanhado simples de afazeres e soluções se justifica, como arte de governar, a criação de uma secretaria de Governo e Gestão Estratégica (Segov), uma decisão que impõe, acima de tudo, a sabedoria de fazer a escolha certa do responsável pelo seu comando.
Riedel prova, repetidamente, que conhece a arte de gerir. Sabe fazer as escolhas, sabe decidir. Saiu do lugar-comum para dar a um desconhecido da política o timão da Segov. Rodrigo Perez surgiu no cenário das gratas revelações da vida pública estadual. Inteligência, sensibilidade, capacidade de leituras pontuais e globais e vocação para o diálogo objetivo, além de domínio técnico e operacional da ciência gestora no serviço público, fazem de sua pasta uma peça essencial nesta engrenagem exitosa que é a máquina da governança sul-mato-grossense.
E assim, com bons e bem-sucedidos exemplos, com fidelidade aos melhores ensinamentos, se escreve a História desta arte que é governar, tão desejada por muitos, todavia tão praticada por poucos. “Quanto mais sábio um governante, mais êxitos logrará aos governados. Um governante precisa de cultura, de ciência e prudência”, ensinava o Senhor a Salomão. “Uma ideia torna-se uma força material quando ganha as massas organizadas”, prescrevia Karl Marx.
“Governar é reconhecer que todos precisam se ensinar para construir as soluções”, professava Margareth Tatcher. Enfim, governar é abrir estradas, não somente de terra e asfalto, mas de leitos por onde circulem capacidade, inteligência, humildade, espírito público, responsabilidade e consciência democrática e humanista.