É preocupante para o Brasil e os brasileiros a avalanche de ataques que vêm sofrendo pelas mãos e atos do presidente Donald Trump. Não há precedente algum na história nacional de um tratamento tão desrespeitoso feito pelos EUA contra um país que sempre se colocou disponível para o entendimento, a parceria, a convivência.
O triste é lamentar a absurda e inaceitável sequência de declarações e atitudes com as quais esse boquirroto dirigente norte-americano tenta, em vão, diminuir os brasileiros e o Brasil. Sim: diminuir. Ou pior: rebaixar, humilhar, subjugar, assim como seus iguais há décadas vêm fazendo no mundo, especialmente pelas vias invasivas do expansionismo em cima dos países pobres ou subdesenvolvidos, aos quais tacha “de terceiro mundo”.
Ainda que não haja necessidade de dar o troco com a mesma moeda, de declarar guerra ou tratar os norte-americanos como inimigos, é essencial que uma posição seja levantada. E pela via diplomática, a via da educação, do respeito, da compreensão internacionalista de convivência, coisas que o botinudo não conhece.
Desde o primeiro dia de poder, e sob olhares atônitos e apreensivos de todo o planeta, Trump vem fazendo e desfazendo com sua esferográfica de ouro. Imperador do mundo, senhor de todos os conceitos para erigir seus próprios julgamentos, está removendo da frente tudo que o incomoda, de pessoas e ideologias a países e instituições. Nesta tresloucada marcha do “make America great again”, ele incluiu um “que se dane o Brasil”.
Começou dizendo, a quem quisesse ouvir, que o Brasil não importa, que os EUA não precisam do Brasil e o Brasil é que precisa dos EUA. E foi além (ou mais para trás): incluiu filhos da pátria verde-amarela na lista suja de presenças incômodas em seu país, deportando-os, num processo cruel e humilhante de devolução, com as crianças e mulheres algemadas. Não-satisfeito, o solista do “american way of life” assinou decreto tarifário de 25% sobre as importações de aço e alumínio feitas pelos EUA, ferindo profundamente um dos esteios da economia brasileira.
Trump diverte-se com isso. Adora espiar dos salões da Casa Branca a chiadeira do “mundo inferior”. Porém, cedo ou tarde ele vai perceber – ou ser avisado por um assessor qualquer melhor focado no mundo – que nem o Brasil e nem os brasileiros aceitam esta condição.
O país tem soberania, tem autoridade internacional e tem aquilo que o decrépito playboy das cavernas não conseguiu comprar com sua fortuna: dignidade. Trump é pobre.