Carnaval, Copa do Mundo, eleições. O ano de 2018 promete muitas emoções e um cenário de envolvimentos diversos para todas as pessoas. Os dias em que os nervos andam à flor da pele, a indignação se manifesta de formas quase sempre exageradas, os ânimos impacientes, o pré-julgamento insuflando ao confronto, às provocações…enfim, tempos em que se faz necessário, fundamental, multiplicar os apelos à serenidade, à paz, ao bom-senso, à convivência.
Não é só ao cristão que cabe propagar a ideia da convivência e do respeito entre as pessoas. Qualquer ser humano tem essa autoridade e dispõe das condições básicas para fazer sua parte. Basta querer ser digno de si mesmo, de seus filhos, de sua família e de seus ideais sadios. O Brasil já vem sofrendo demais com todas as suas maldições. E não é só na política. Quem acompanha as notícias constata que os atos denunciados de corrupção envolvem políticos e a iniciativa privada também.
É aquela velha história: se existe um ajuntamento humano, qualquer um, seja no clube de carteado, no grêmio estudantil, na congregação religiosa, no partido político, no conselho da empresa e na própria família, lá estarão presentes, em maior ou menor grau, a ambição, a vaidade, a inveja, o ressentimento, o desejo de levar vantagem. Isso desde que o mundo é mundo.
Mas quando temos à mesa, diante de nós, tantos acontecimentos que favorecem a explosão de sentimentos negativos, torna-se imprescindível que os responsáveis, os de bom-senso, os verdadeiramente comprometidos com a existência digna, tomem uma atitude. Isso é possível. Começa, continua e se alonga nos pequenos gestos.
Ao assumir um volante, por exemplo, o condutor tem a sua e outras vidas dependendo de seu jeito de ser. É seu jeito de ser que define seu jeito de dirigir. Se beber, se pisar fundo e abusar da velocidade, se efetuar manobras perigosas, estará, no mínimo, transformando-se num suicida ou num causador de acidentes e desgraças.
O médico que erra por imperícia numa cirurgia de risco, o aluno que agride o mestre ao ser reprovado, o consumidor que recebe troco a mais e não devolve ao caixa, o condutor que estaciona indevidamente seu carro em lugar reservado a idosos ou pessoas com deficiência – todas essas práticas são semelhantes àquelas que se condena nos políticos. São modalidade também de corrupção.
Amor ao próximo, responsabilidade no dia-a-dia para tratar com as pessoas e respeitá-las. Cuidar do patrimônio público e não permitir que o mau-humor sirva de gatilho para atos impensados. Nada custa fazer do bom-senso o conselheiro da vez todos os dias. Porque vem aí carnaval, Copa do Mundo, eleições – os nervos estarão acesos, incendiados.
Que sejam legítimas e benfazejas essas paixões. Que brinquem cantando e dançando, que torçam por seus clubes, que defendam seus candidatos e suas ideias, porém que o façam respeitando-se uns aos outros. Amor ao próximo pode ser dado e recebido em forma de respeito. É assim que se tem a melhor arma para combater com sucesso garantido os males que nos afligem, da corrupção às tristezas e decepções da vida.
GERALDO SILVA