A piscicultura apresenta-se ao Brasil e especialmente a Mato Grosso do Sul como uma alternativa das mais interessantes para combinar, em resultados convincentes, pautas de inclusão social e inclusão econômica. É impressionante a oferta de atividades que são estimuladas pela prática milenar, existente há mais de seis mil anos, com ganhos tanto em valor alimentar como na geração de empregos, no incremento do turismo, nos acessíveis custos para quem compra e quem vende, além do fator sustentabilidade.
Criar peixes é um ponto de diversificação econômica que se afirma a cada instante e tem recebido olhar diferenciado do governo sul-mato-grossense, a ponto de o Estado ser atualmente um dos grandes produtores nacionais e liderar as exportações de tilápia, uma das variedades gastronômicas da ictiofauna com maior valor comercial. Assim, cabe ver e pesar na balança dos investimentos e no incentivo empreendedor esta rica e saudável ocupação que chineses e egípcios, principalmente, ofereceram ao mundo.
A criação do Programa Estadual de Fortalecimento da Cadeia Produtiva do Peixe (ProPeixe) e as vigorosas ações do poder público estadual para diversificar as matrizes econômicas e fortalecer os segmentos produtivos denotam o grau de indiscutível importância que vem sendo dado à piscicultura. A capacidade de gerar vagas de trabalho e renda leva em consideração números e realidades irrebatíveis.
Em 2017, a crise do desemprego e do empobrecimento da população só não foi pior porque alguns poucos setores fizeram o contraponto positivo. A criação de peixes, com seu arco de iniciativas industriais – dos frigoríficos ao turismo -, deu trabalho e ganhos a mais de um milhão de brasileiros. Some-se aos fatores sociais e econômicos a qualidade nutricional: o peixe é opção de alimento saudável, sendo uma das principais fontes de ômega-3 e outros ácidos graxos essenciais para uma vida balanceada e livre de doenças — especialmente o colesterol e problemas do coração.
Se o consumo de pescado é um hábito que tem seu maior e mais tradicional apelo por ocasião da Semana Santa, o comportamento do mercado já sinaliza que a história está a ganhar um novo tempero. A própria pandemia trouxe esta realidade, com a procura aumentada de peixes no cotidiano alimentar dos brasileiros.
Por fim, o maior e mais importante valor agregado da piscicultura: criação de peixes em cativeiro significa poupar os estoques da ictiofauna e diminuir, ao máximo a presença de pessoas em atividades extrativas e corrosivas nos rios, mares e mananciais. Além da vida aquática, a própria água precisa ser preservada e melhor cuidada.
Que a rede dos pescadores seja farta, sustentável e consciente.