Mato Grosso do Sul é um dos estados brasileiros cujos governos mais investem na estrutura de segurança pública. Os indicadores mostram que, mesmo diante de dados alarmantes, como os do feminicídio, aqui o sistema de cobertura da sociedade melhorou significativamente nos últimos 10 anos.
Apesar disso, ainda há muito o que fazer, principalmente porque há um erro de cálculo, ou de avaliação, induzindo ao raciocínio que só o Estado tem responsabilidade pela segurança. É uma verdade sem pontas, incompleta, pois sem a União e sem os municípios esta conta fica amarga, injusta e impagável.
Os governos de Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel investiram em segurança pública em 10 anos mais do que foi investido em 20 ou 30 anos. Mas não é a quantidade apenas que importa. A qualidade faz a diferença. Hoje, Mato Groso do Sul tem um corpo de policiais preparado e dotado de recursos logísticos, operacionais e tecnológicos que o coloca entre os de melhor resolutividade no País.
Além do seu orçamento, o estado ainda conta com as transferências (ou convênios) federais, como o Fundo Nacional de Segurança Pública, que já destinou para este ano, inicialmente, mais R$ 30 milhões para o reforço do policiamento, especialmente no combate ao crime organizado. Mas as verbas contemplam ainda a aquisição de veículos e o combate à violência de gênero, entre outras atribuições.
Os municípios, então, precisam superar o convencional e fazer melhor a sua parte. Não têm polícias próprias, mas podem potencializar a Guarda Municipal ou a Guarda Civil para aprimorar a proteção de bens, serviços e equipamentos da prefeitura e também atuar na proteção da população, fazendo a patrulha sistemática de escolas, praças e ruas.
E não fica por aí. As prefeituras podem criar programas sociais, educativos e culturais para reduzir fatores de risco e evitar o agravamento da criminalidade; aperfeiçoar os sistemas de iluminação pública e de monitoramento eletrônico; ouvir a população com canais de denúncia e um atuante Conselho Comunitário de Segurança Pública; fazer de parques, praças, terminais de ônibus e similares espaços de segurança monitorada.
Não é preciso ensinar passarinho a voar. Mas quem não tem asas necessita, pelo menos, aprender a não cair.