Todo e qualquer debate de alto nível sobre os previsíveis impactos pontuais e estruturais da Rota ou Corredor Bioceânico em Mato Grosso do Sul não pode subestimar um tema: a capacidade dos municípios para suportar índices bastante elevados de crescimento econômico e urbano. E, além disto, definir em planos concretos seus direitos e chances ao melhor e mais amplo usufruto deste fenômeno desenvolvimentista.
O Estado, a propósito, já iniciou sua convivência com este desafio. O “boom” de crescimento vem impactando cidades como Ribas do Rio Pardo, Inocência, Três Lagoas e Sidrolândia. Elas têm atraído ou recebido grandes investimentos, notadamente nas vertentes do agro e na industrialização, cuja marcha é crescente, acelerada e espraiada por várias regiões.
Para a criação deste cenário, provocado basicamente pela expansão da agroindústria, emergem dois fatores ou dois momentos. O primeiro, com a chegada e a entrada em operação de megainvestimentos, como nas fábricas de celulose em Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo. E o segundo, com a simples notícia ou o início da construção das fábricas, caso de Inocência.
Só com a construção ou o funcionamento destas usinas, calcula-se que esses municípios tiveram um acréscimo populacional de até 30%. Não é tão difícil imaginar o quer significa este crescimento econômico que se reflete no crescimento de novas demandas, muitas acumuladas sobre as antigas. É desafiador para as gestões municipais atender uma população excedida em um terço com vagas em escolas e postos de saúde, vias públicas, habitação, segurança e outras imperiosas necessidades humanas e sociais.
Contudo – e é aí que se faz justo reconhecer e pontuar – a situação é administrável e não mais mete medo neste Mato Grosso do Sul que, para sua felicidade, dispõe de 10 anos de governos que atendem, sem exceção, os 79 municípios. Ao longo desse período, os investimentos estaduais vêm dando a prefeituras e prefeitos (as) um reforço gigantesco no socorro às suas pautas de infraestrutura urbana e rural.
Além da avassaladora expansão da agroindústria e do fortalecimento do agro, o comércio está sendo aquecido, o desemprego caindo e a atração de investimentos consolidada. Vem vindo aí a Rota Bioceânica e com ela um novo caderno de demandas e exigências. E antes mesmo de ela iniciar o seu ciclo operacional pleno, cidades como Porto Murtinho (ponto de entrada e saída desse corredor) já dispõem de investimentos estruturantes viabilizados pelo modelo municipalista em curso.
O municipalismo trancou as portas que davam passagem ao otimismo e escancarou os portões à esperança, ao futuro e à benvinda realidade que faz Mato Grosso do Sul se garantir, enfim, como um estado-modelo.