Se for confirmada a tendência de pulverização de candidaturas na sucessão campograndense, quem for às urnas irá submeter-se a um dos mais complexos desafios à sua capacidade de discernimento e escolha. A relação de pré-candidaturas tem pelo menos oito nomes, cada qual com a sua bagagem de méritos e deméritos.
O que importa, entretanto, é o papel do eleitorado diante de cada candidatura que entrará não só em seu aparelho de rádio e TV ou em seu lar, mas em sua vida, na vida de sua família. Numa campanha eleitoral em qualquer nível, todos os que querem seu voto são belos e bonzinhos – ou belas e boazinhas.
A mídia liga o motor da máquina de fazer santos e demônios. E isto, há décadas, vem contaminando o ato de votar, porque se instala mais de um tipo de eleitor. Uns, votam pela carinha bonita; outros, pelo discurso arrebatador; e há os que votam por amizade, por identificação social, religiosa, profissional; e há também aqueles que fazem a aposta às cegas na loteria do “seja o que Deus quiser”.
Deus nada tem com isso. O acerto ou o erro é humano. Por falta de conhecimento ou de informação, muita gente é capaz de votar naqueles que fizeram sua cidade desabar no caos da incompetência, esburacando as finanças, desqualificando a prestação dos serviços publicos. Parece inacreditável, mas é realidade: tem eleitor que vota uma, duas três vezes no mesmo candidato que não honra a própria palavra e não cumpre o que promete.
Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Prevenir é melhor que remediar. Ou a cavalo dado não se olha o dente. A sabedoria popular está aí, disponível, assim como as notícias esclarecedoras dos veículos de comunicação sérios, os portais dos Tribunais (de Justiça e Eleitoral), da Transparência, da CGU, do Ministério Publico. Só não vê quem não quer, ou porque não se importa em votar de qualquer jeito ou porque gosta de apanhar.