Em ambientes violentamente conturbados em algumas regiões, como na Amazônia e Rio Grande do Norte, tornou-se absolutamente indispensável a utilização da estrutura máxima das forças policiais para reprimir, custe o que custar, as ações do crime organizado. E essa denominação serve tanto para os bandidos que há quase duas semanas infernizam várias cidades potiguares como para os meliantes que operam no território amazônico, com atividades que vão do garimpo ilegal ao narcotráfico.
A devastação em Roraima é um exemplo clássico de como baixar a guarda ou contribuir com a desmedida, predadora e criminosa ambição de grupos que vinham enriquecendo com o garimpo, o desmatamento e a pesca proibida. Nos quatro anos do governo de Jair Bolsonaro, e conforme sugeriu o seu ministro do Meio Ambiente, o hoje deputado federal Ricardo Sales, era só deixar a boiada passar. E passou.
Entre 2019 e 2022, a política ambiental da gestão bolsonarista abriu, ou pior, escancarou a Amazônia aos seus algozes. Os órgãos de controle e fiscalização foram desmontados, o efetivo de agentes encolheu, a repressão esvaziou e a bandidagem empreendedora entrou em cena. As doenças, mortes, estupros e violências que vitimaram os povos indígenas – sobretudo os yanomami, naquela região – têm suas raízes nas ocorrências criminosas, como o despejo de mercúrio nos rios.
Em Natal e mais duas dezenas de cidades do Rio Grande do Norte, o aparato policial reforçado justifica-se pelo volume de ataques realizados por uma das mais perigosas facções criminosas do País. Seus ataques são uma retaliação como resposta a medidas prisionais que afetaram o comando e o núcleo orgânico de sua facção.
Se em Roraima as forças-tarefa de combate aos crimes ambientais agiram de pronto, eficazmente, igual intervenção se processa agora no Rio Grande do Norte e outros estados. O presidente Lula está certíssimo ao concentrar forças repressivas e total esforço para enfrentar e rechaçar os criminosos de lá e de acolá. Faz o que seu antecessor não fez.