Para entender melhor a questão é ter nas mãos o fio da meada, vale alinhar o que foi publicado na abertura da matéria “Capital tenta acelerar licitação de corredor para não perder verba”. Está muito bem assentado o texto do redator do Correio do Estado, na edição do dia 13 deste mês. A conferir, ipsis literis:
“Com as obras do projeto de criação de corredores de ônibus no centro da cidade paradas, a Prefeitura de Campo Grande tenta acelerar a abertura de licitações para retomar a construção das estações de embarque do transporte público”. Percebam o detalhe: a prefeitura tenta acelerar a abertura de licitações…Mas, prosseguindo a leitura do trecho de abertura da citada matéria, lemos isto:
“De acordo com Marcelo Miglioli, titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), que esteve presente em reunião pública sobre requalificação do corredor de ônibus da Avenida Calógeras, o projeto que foi paralisado em fevereiro do ano passado, que teve o contrato encerrado um ano depois (fevereiro de 2024), deve ser retomado para que não haja a perca do recurso investido na construção dos corredores”.
Não se pode classificar de absurdo ou deprimente tal contexto. São expressões por demais tímidas, acanhadas e incompatíveis com o tamanho monstruoso do desprezo e da humilhação com que a prefeita e seu titular da Secretaria de Obras tratam as centenas de milhares de pessoas humildes que dependem do transporte coletivo para quase tudo.
Adriane Lopes está no poder municipal há quase oito anos. Começou a obra de desmonte urbano e social ao lado do seu grande parceiro político Marquinhos Trad em 2017. Ela era vice até abril de 2022, quando assumiu a caneta de ouro que assina sinecuras e compadrios como a folha secreta e os mega-salários dos cargos de confiança, mas não assinou a decisão de dar um fim à alquebrada concessão ao Consórcio Guaicurus e substituí-la por outro contrato de melhor solução.
Sem mais delongas, por entender que já não há tempo sequer para fazer de conta que a caótica situação será mudada até o fim do ano. Faltam só três meses para o fim do mandato. E faltam apenas 10 dias para que os velhos e calorentos ônibus apanhem os que dependem deles para conduzi-los aos locais de votação. Devem ir votar