Infelizmente, antes do coronavírus o Brasil já carregava e continuará tendo sobre os seus ombros problemas tão danosos ou piores que esta pandemia. A falta de um líder com os predicados indispensáveis para comandar a República é um desses problemas. Não há mais dúvida alguma que o atual presidente está cada vez mais longe de ser esse líder.
A distância entre Jair Bolsonaro e a boa educação é oceânica e impercorrível. A sua miúda ou inexistente civilidade democrática, germinada por uma personalidade corroída pela empáfia, contamina sobremaneira seu comportamento e macula a higidez que deveria ser preservada no cargo de maior relevância institucional e política do País.
A inadmissível grosseria ao ameaçar o repórter que o questionou sobre sucessivos depósitos na conta da primeira-dama, feitos por um miliciano investigado por corrupção e lavagem de dinheiro, veio confirmar o óbvio simples e absoluto: Jair Bolsonaro não tem, nunca teve e não terá condição para presidir uma Nação.
Bolsonaro é recorrente. Parece gostar do que faz. Adora esse tipo de marketing. É a tese corrompida de que ser anti-herói fascina. Com o repórter, ao declarar “a vontade que tenho de dar-lhe uma porrada”, foi estupidamente grosseiro e, além, quis ainda intimidar a imprensa que cumpre seu papel de questionar.
Já havia sido ofensivo e chulo ao atacar as mulheres que não carregam seu andor, como a deputada Maria do Rosário, a primeira-dama da França, Brigitte Macron, e a ex-presidente chilena Michelle Bachelet.
Pobre Brasil.