Antes de cada leitor ou leitora fazer suas análises e formar as suas conclusões, é necessário esclarecer: o ponto de partida deste editorial não é a palavra de qualquer agente político ou pessoa interessada em tirar algum proveito eleitoral. É uma opinião lastreada por informações de fonte oficial e acima de suspeitas, constantemente testada e exigida, sem nenhum senão contestatório.
Um dos temas que devem dominar os debates sucessórios em Campo Grande é a educação. A pergunta a ser feita a todos os concorrentes pode ser esta: qual sua proposta para o ensino? E cada um (a) responde aquilo que estiver em sua cabeça, em suas propostas ou seus achismos. Aliás, é neste último quesito que muita gente se engancha.
Uma oportuna e atual sugestão para dar a resposta é o que informa o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), segundo o qual Campo Grande obteve nota 5,3 no desempenho de aproveitamento escolar. É um ponto abaixo do índice de 2021, colocando a cidade em sétimo lugar entre as piores capitais, a saber: Salvador, Aracaju, João Pessoa, Macapá, Porto Alegre e Natal.
Infelizmente, esta é uma realidade indiscutível, bem conhecida e à vista de todos. A Rede Municipal de Ensino há anos seguidores tropeça em suas próprias deficiências conceituais, operacionais e de gestão. Desde as obras inconclusas, tardiamente entregues, até à desvalorização do pessoal e às formas de desatenção a educadores e alunos, a política pública confessa na Cidade Morena sua incapacidade de gerir bem a ferramenta que alicerça e qualifica as pessoas e a urbe para o futuro: o conhecimento.
O Ideb é o principal indicador da qualidade do ensino básico e médio no país. Traz a avaliação do desempenho da rede de ensino médio (público e privado) de cada unidade federativa. O estudo leva em consideração as notas dos estudantes na prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica, de Português e Matemática aplicada em outubro e novembro do ano passado e os índices de aprovação, compilados pelo Censo Escolar. O indicador reúne também o fluxo escolar.
Campo Grande completa 125 anos de vida sendo lançada neste poço fundo e vergonhoso de descompromisso com o futuro. Um aniversário no qual a cidade ganha este indesejável e deprimente presente de seus atuais governantes. O que será das crianças e do futuro, só os eleitores decidirão.