É preciso manter a cabeça bem informada para não cair no mel das palavras dos fabricantes de ilusões
Se ainda tem gente dormindo e sonhando com a história dos “dias melhores que virão”, é bom e é necessário que trate de agir para que isto não seja apenas mais um sonho enganoso. E que não demore se o assunto for de natureza política ou eleitoral.
Passa da hora de acabar com esse negócio de que temos a memória curta. Brasileiro que se preza e não perdeu o tino e a consciência sabe, e muito bem, que são muitos os maus exemplos dados por maus políticos, aqueles que durante as campanhas abraçam, beijam e agradam os eleitores, fazem promessas mirabolantes e juram por Deus e todos os santos que vão respeitar a Constituição e agir sempre dentro da lei.
Depois que os votos são contados a orgia já tem início. Há políticos que não esperam nem a urna esfriar e já estão compondo no escondido, dando “jeitinho” de levar vantagem antes mesmo de assumir o mandato. É que depois da eleição e antes da posse existe aquele processo de montagem de governo, de escolha de presidentes de poderes e outros arranjos.
Política é a arte da convivência. Do diálogo. Do exercício saudável e democrático de fazer das ideias e dos comportamentos armas legítimas para cumprir o que se promete, respeitando leis, princípios e verdades honrosas aos que têm honra. Política não é e jamais será politicagem. Não é passar por cima de tudo e de todos. E não é trocar o dever de servir ao poder e servir-se dele.
Já foi o segundo semestre. O primeiro está a cinco meses de acabar. Aproxima-se o ano eleitoral. E à medida que outubro de 2024 vai ficando mais perto, a ansiedade, a volúpia pelo poder e a pressão impulsionadas pelas ambições pessoais começam a embotar muitas consciências e tirar do sério as mais variadas inteligências. É assim que a corrupção se instala, se encaixa no cotidiano das vaidades e faz tanta gente boa entrar na contramão da sensatez e da honestidade.
Ultimamente, têm sido fartos os demonstrativos de quanto é preciso manter os olhos abertos e a cabeça bem informada para não cair no mel das palavras e discursos dos fabricantes de ilusões. Basta conferir nas páginas de política, que deveriam ser páginas de polícia, a quantidade de desonestos e desonestas flagrados, denunciados e condenados por toda sorte de crimes e malefícios à sociedade.
De mamando a caducando, de A a Z, todos, sem exceção, devem ser bem avaliados. Com o máximo de rigor e de informações fidedignas. Pois existe joio e existe trigo. E só quem tem os olhos abertos e procura vacinar-se contra o cancro da demagogia e da mentira dos corruptos estará livre de cair acamado com a doença da ilusão apodrecida.