Uma das agendas mais importantes para Mato Grosso do Sul neste ano, pela relevância do tema, foi cumprida em São Paulo, na última sexta-feira, pelo governador Eduardo Riedel. O Encontro de Líderes, reunindo chefes de Executivo de quatro estados, traçou algumas questões de máxima necessidade dentro da complexa pauta da segurança pública.
E mais uma vez em intervenções interestaduais o dirigente tucano foi feliz, preciso, certeiro. Apontou com autoridade e destreza para alvos que são determinantes nesse território político e institucional, principalmente ao salientar dois aspectos: a necessidade indiscutível de um elo de ações entre governos dos estados e governo federal e o combate ao crime organizado.
Já passou o tempo em que se debitava na conta exclusiva da União e depois dos estados a responsabilidade pela política de segurança pública. Hoje, com o avanço sem freios do crime organizado nos quatro cantos do País, esta atribuição é também da conta de municípios, que podem e devem fazer a sua parte, embora limitada.
Entretanto, a mão do governo federal continua sendo a que alavanca o grosso das intervenções, tendo em vista fatores determinantes, um deles o territorial, como bem definiu Riedel. Segundo o governador, ser gestor de um estado de fronteira com dois países com as características da Bolívia e do Paraguai impõe políticas de segurança que não se esgotem na cobertura local, mas sejam universalizadas, com alcance nacional.
Os criminosos têm a geografia e a frouxidão de leis e sistemas de segurança a seu favor. Nas fronteiras, a imensidão territorial fornece para o tráfico e o contrabando espaços generosos e de difícil varredura policial. E além disso, no Paraguai e na Bolívia as autoridades ainda não encontraram meios eficazes para vencer a histórica frouxidão que estimulou os narcos e contras a fazerem de seus territórios bases praticamente abertas para as suas atividades.
Assim, o governador sul-mato-grossense acerta o alvo. Em cheio. E com o requinte saudável e oportuno de estar fazendo a lição de casa. Com investimentos na modernização tecnológica e logística, no suprimento de armas, equipamentos e peças de suporte e na multiplicação dos efetivos. Mas é imprescindível que a União melhore ao máximo sua contrapartida. Só assim se justificará o ditado, segundo qual seguro morreu de velho.