A Capital Morena atualmente lida com uma crise humanitária que denuncia nos quatro cantos da cidade o cenário da desigualdade. Neste contexto, pessoas dormem nas ruas no meio do lixo do qual se alimentam e milhares de famílias vivem em habitações precárias. As políticas habitacionais mais recentes adotadas pelo Prefeito Marquinhos Trad, contrariando o que deveriam fazer, aprofundam o contexto de situação de rua e precarização da vida, seja pela atuação ou pela omissão da Prefeitura de Campo Grande
Segundo a Central Única de Favelas de MS (CUFA) informou que no final do ano passado o município tinha 39 núcleos desse tipo. Este número vem caindo, não por ação propositiva, humanitária. Reduz pelo afã de liberar áreas públicas com o uso de patrolas para derrubar barracos, – muitos com gente dentro, Guardas Municipal armados de escopetas dando suporte e ameaçando as pessoas.
As políticas de moradia de Campo Grande são um grande emaranhado de ações que confrontam os pobres, ao invés de dar acesso a este direito essencial para uma vida digna. Muitas famílias que não têm condições de acessar políticas de financiamento não vão conseguir entrar em programas habitacionais. Nesse cenário, são removidas do seu local de moradia, jogadas na sarjeta e, em paralelo, excluídas dos programas habitacionais. Os primeiros do ano foram no Jardim Montevideo, e no último domingo do Bairro Parque do Sol.
Por outro lado, quando é confrontado pelas pessoas com melhor poder aquisitivo, não reluta nem economiza. Fato ocorreu na última sexta-feira, quando em menos de duas horas do início da manifestação que acontecia em bairro nobre na Capital, precisamente na Rua Fidelina Silva Vendas, que corta os bairros Jardim Bela Vista, Itanhangá e Antônio Venda, equipes da Prefeitura chegaram ao local para começar a limpeza. E pasmem, um ônibus com cerca de 90 servidores iniciaram a limpeza do matagal que tomava conta de quadras em torno das ruas. Eles foram destinados para a manutenção, com equipamentos de limpeza, além de patrolas e um caminhão para recolher o entulho.
E nesta terça-feira (22), mais mostras do caráter Social e da insensibilidade do chefe do Executivo. A Prefeitura está abrindo mão de uma área avaliada em R$ 9 milhões, localizada no Bairro Chácara Cachoeira, região nobre da Capital, para a construção de uma concessionária de veículos. O terreno de 6.521 m², com frente voltada para a Rua Elvira Coelho Machado, será destinado ao Grupo Ulsan, concessionária da montadora Hyundai, que já possui dois empreendimentos em Campo Grande.
Como justificativa para a doação do imóvel de valor milionário, o Executivo informou que o projeto “integra um grande esforço da administração municipal para o desenvolvimento econômico e geração de um número expressivo de empregos”.
Tudo bem, concordamos que o poder público tem que atender todos os cidadãos, mas quando se trata do Social, nenhum projeto para tentar realocar as pessoas que vivem em áreas ilegais. Ou Marquinhos Trad realmente considera que alguém gosta de morar em barracos? O que causa estranheza é a voracidade no tratamento com os menos privilegiados.
Ele “administra para poucos” e promove um verdadeiro caos social na cidade. É uma gestão sem perspectiva, que discrimina os mais necessitados, que age com arrogância em todos os setores, que ignora as lideranças políticas e trata com descaso os servidores públicos.
É um prefeito que não dialoga, prepotente, radical, que se acha acima do bem e do mal. Inadmissível, um gestor que quer igualar o saldo das contas públicas com a situação da população, colocar os dois no vermelho.
Marquinhos está, ao que parece, na última semana de seu governo, e não fez nenhuma obra emblemática, nenhuma ação social para ser lembrada em Campo Grande. O seu legado será o que se pode considerar uma terra arrasada. Prefeitura com o nome sujo no Cadin, uma cidade tomada por obras inacabadas, isso sem falar no parceiro que ele abandonou, o governo do Estado, que investiu quase 2 Bilhões em sua administração. Se por ventura ele renunciar para se candidatar a governador, que Deus abençoe e de sabedoria, muita força e serenidade a Adriane Lopes, para que ela consiga tirar Campo Grande do buraco ao qual se encontra.
Tenho dito!