Encerrado o primeiro turno em Campo Grande, uma das avaliações mais esperadas por parte dos estrategistas políticos e dirigentes partidários é sobre o tamanho da influência eleitoral e a credibilidade das pesquisas de intenção de voto. Muita gente – talvez a maioria – duvida das amostragens realizadas e publicadas pelos institutos, lançando suspeitas sobre possíveis manipulações por interesse financeiro ou político-partidário.
É normal esse tipo de suspeita. Há versões diferentes para qualquer e toda atividade nesta vida. Um exemplo é a falácia empregada por troianos, gregos e marcianos, traduzida na canhestra expressão “povo do bem”. Do dia para a noite esta frase tornou-se um item vulgar de auto definição e não raramente se vê por aí patifes e velhacos carimbando-se como “gente do bem” sem sequer ficarem ruborizados.
É assim com a sondagem dos humores e mutações da opinião pública no País e no mundo. Há pesquisas e “pesquisas”. Se deixar de lado aquelas que estão entre aspas, qualquer pessoa poderá saber que existe um método sério, científico e fartamente comprovado para aferir tendências e desejos da sociedade.
Este método, reconhecido mundialmente, é o da probabilidade. Ele antecede a nossa civilização, porque considera com cálculos inteligentes um fenômeno real que é a flutuação ou a instabilidade de sentimentos e impulsos do ser humano instalado em ambientes coletivos, geralmente no universo das cidades ou dos locais de trabalho, atividades e ambientes de convivência.
As pesquisas responsáveis e que trabalham com seriedade só têm um meio de atestar sua qualidade e sua essência: acertando os prognósticos ou encontrando-os o mais próximo possível das realidades no instante de sua aferição. Foi o que ocorreu nas atuais eleições de Campo Grande, com as previsões estatísticas e sua confirmação no produto gerado pelas urnas.
Para mencionar dois, os institutos Quaest e Ranking passaram todo o processo eleitoral aferindo e divulgando o empate triplo, dentro da margem de erro, entre as candidaturas nas três primeiras posições. A diferença no empate técnico não é medida pelo número exato de cada candidato, mas pelo universo das distâncias que os separam na pontuação aritmética. E é neste critério que se formula a concepção do resultado mais provável. Os institutos, portanto, acertaram. As urnas, depois de abertas, deram uma resposta compatível com o cálculo aferido nas pesquisas.
Semelhante quadro foi registrado nos diferentes municípios em que pontificavam candidaturas solidamente entronizadas na pontuação de uma vitória antecipada ou submetidas a um contexto de incrível igualdade, como se viu em São Paulo. Lá e cá passaram para o segundo turno os candidatos que dividiam as maiores pontuações. Contudo, quem ficou em terceiro lugar tinha índices de intenções de voto que o deixaram muito próximo da decisão final.
A vontade do eleitor foi cumprida e prevista. Todavia, quanto ao futuro, não só na contagem das urnas do segundo turno, mas também nos próximos quatro anos de gestão – e aí a responsabilidade será de quem votou e fez as escolhas.