Já ensina a consciência dos mais velhos que os bois é que conduzem a carroça
Eleição se disputa o tempo todo, porque o jogo político não para, é contínuo, produz e frustra expectativas, exige dos jogadores uma atenção total e fôlego extra para o tempo normal e as inevitáveis prorrogações. Mas, embora seja um processo de alongado calendário, a disputa eleitoral tem o seu “Dia D”, o momento único e absoluto de definição que é quando os votos são depositados nas urnas.
Daqui até as eleições municipais de 2024 há um chão considerável. São 17 meses. Até lá, os jogadores e jogadoras terão suas oportunidades de aproveitar o tempo que os prazos permitem para conversar, estabelecer os acordos, definir chapas, aferir as intenções de voto, administrar interesses e consolidar unidades partidárias nem sempre encontráveis sobre leitos pacíficos.
Por isso, qualquer análise ou veredito antecipado sobre resultados do que vai acontecer é conversa de cerca-lourenço. Não se ganha jogo algum na véspera. O jogo é jogado mês a mês, porém o placar final só se conhece no dia em que os eleitores votam e a Justiça Eleitoral faz a apuração.
Fora disso, é especulação pura e grosseira. Poucos são os próceres que chamam a sensatez para avaliar honestamente os quadros de responsabilidades políticas, sobretudo quando estão em jogo interesses de ordem administrativa e política. Um exemplo de credibilidade é o que vem dando o ex-governador e dirigente maior do PSDB, Reinaldo Azambuja.
Não é mineiro, mas poderia sê-lo. Apesar da força incontestável de seu partido, ele tem conseguido segurar toda e qualquer onda que possa alimentar olhares afoitos na direção de 2024. Sabe que Mato Grosso do Sul precisa, neste momento, ser o alvo de uma absoluta e forte prioridade de gestão, tão forte que possa chegar no ano eleitoral apto a dar sequência à governança, sem sofrer com as invasivas demandas de campanha.
O sul-mato-grossense Azambuja pensa não apenas como filiado de um partido. Pensa como pensaria, não fosse abstrato, o Estado em que vive e ao qual deu o melhor de si para que tivesse um governo governando e que não sucumbisse aos açodamentos traiçoeiros dos apressadinhos de plantão.
E é assim que pensa e age seu sucessor, Eduardo Riedel. Ambos não fogem das responsabilidades. Tudo tem sua hora. A do Estado é o tempo todo. A da eleição é no âmbito estático do calendário. Já ensina a certeira consciência dos mais velhos que os bois é que conduzem a carroça. É para lembrar que o apressado comeu cru e morreu, não de indigestão, e sim por insatisfação crônica do paladar.