É agosto. A campanha eleitoral está rompendo a casca do ovo. Logo as crias da política estarão por aí, saltitantes, sedutoras, descobrindo as suas Américas e aprendendo a voar, alguns já de asas calejadas, outros com as emoções, ansiedades e ilusões inerentes aos primeiros voos.
Cá embaixo, sob tais e enganadoras alturas, as pessoas esperam que o sobrevoo de agosto traga coisas boas e não somente aquelas propagadas maldições atribuídas ao mês do cachorro louco. Quando se trata de fazer escolhas que exercerão influências positivas ou negativas nas nossas vidas, devemos estar bem preparados para não sofrermos as consequências de decisões erradas.
Pois bem: além das bruxas e das fadas, dos sapos e príncipes, agosto traz também candidatos e candidatas aos cargos públicos eletivos. Em vez das vassouras e das varinhas mágicas, chegam com poções fantasiosas em discursos que resolvem todo tipo de problema, inclusive aqueles que tiveram o poder de resolver, mas não o fizeram.
A fada-rainha na disputa local vive e reina como se estivesse no país das maravilhas. Mas não é Alice. Quer mais quatro anos de poder para… fazer o quê mesmo? Ah, muito provavelmente para continuar em animada e proveitosa convivência com seus serviçais, enrolando os súditos e deixando a cidade à mercê da própria sorte. Ou, como indica a realidade, do próprio azar.
Mês do cachorro louco é assim. Quem não estiver vacinado, que se cuide.