O noticiário em todos os veículos de comunicação do Brasil está repleto de notícias que informam o drama de milhões de pessoas machucadas pela angústia de não ter como enfrentar e resolver os problemas causados pelos cenários recessivos. Ou falta emprego ou o que se ganha não é suficiente para arcar com as despesas mais simples da família, como a alimentação, o transporte, o medicamento, o vestuário.
No caso dos servidores públicos estaduais, atualmente o final do ano traz um quadro ainda mais dramático para quem trabalha e depende de salários para viver ou sobreviver. Na maioria dos 27 estados os governos vêm andando às tontas com o desafio de pagar as folhas desse período, especificamente o 13º salário e os meses de novembro e dezembro.
No Rio Grande do Sul, o Estado conseguiu sair da previsão zero e parcelou os repasses em 12 vezes. Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema cometeu a besteira de anunciar que, diante das dificuldades, pagaria agora somente o pessoal da segurança pública e programaria uma escala para as demais categorias. Conseguiu mobilizar todos os trabalhadores contra essa iniciativa e enfrenta aguda pressão.
Os exemplos dessa preocupante situação se espalham e afetam um ambiente que deveria ser de festa e celebração, mas hoje cede lugar ao desânimo e às frustrações por quem sempre fez dessa data um momento sagrado e dedicado a trocar presentes, dar o abraço nos familiares e amigos e realizar, dentro de suas posses, a tradição da mesa farta e criativa para uma degustação especial.
Importante acrescentar: além de avivar a confraternização e as manifestações afetivas, os recursos gerados pelos salários do final do ano, com os pagamentos do 13º e dos meses de novembro e dezembro, quando feitos em dia, acrescentam outro benefício, e ainda bem mais amplo: é o aquecimento das economias. É que em uma média de 60 a 70 dias os cofres públicos despejam nas contas do funcionalismo um volume incomum de dinheiro, um dinheiro que em sua maior parte vai ser utilizado no consumo de época.
Assim, a satisfação é assegurada a quem compra e a quem vende. Comerciantes e consumidores vivem dias de intensa relação e alimentam outra importante ponta dessa cadeia: os impostos. Toda a grade de tributação é contemplada. Abastecidas, as receitas do poder público podem realinhar e ampliar a capacidade de atendimento das demandas de serviços e intervenções que representam devolução do dinheiro do contribuinte.
Infelizmente, numa avaliação geral, esta realidade atualmente está distante ou inexiste na maioria das unidades federativas estaduais. E, felizmente, para quem mora em Mato Grosso do Sul, não há esse tipo de dor de cabeça. Nem para os servidores, nem para os vários segmentos da economia, nem para os governantes. Aqui, e pelo quinto ano consecutivo, o governador Reinaldo Azambuja cumpre o calendário e a obrigação, honra a palavra empenhada e mantém a alentadora rotina de pagar em dia o funcionalismo.
Em menos de 45 dias, o governo está desembolsando em torno de R$ 1,4 bilhão e pagando, dentro dos prazos regulamentares, o 13º salário e os meses de novembro e dezembro, mais o 13º salário de mais de 75 mil servidores. É sua obrigação. Porém, é uma obrigação cumprida dentro de um contexto amplamente desfavorável, haja vista a caótica condição dos servidores em estados demolidos pela crise. Para enfrentar e vencer tal desafio, o governador demonstrou capacidade e visão estratégica, respeitou o ser humano e atendeu suas prioridades. Isso tudo nos cinco anos à frente do Estado.
A crise é medonha e impacta as administrações públicas em todos os níveis: na federal, nas estaduais e nas municipais. Receitas caíram, crescimento sofreu retração, o crédito abalado. Mas em terras sul-mato-grossenses, mesmo incluídas no mapa cinzento da recessão, há resistência, há superação e há resposta positiva, num cenário que propõe a esperança e que traz certezas estimulantes.
GERALDO SILVA