O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD) não tem “moral” para conduzir qualquer tipo de articulação política visando o pleito deste ano. As queixas que pesam contra o chefe do Executivo Municipal o descredenciam para a disputa eleitoral, seja ele pré-candidato ou não.
Que moral tem o prefeito para fazer alguma articulação política para a eleição deste ano? Antes de ele fazer alguma articulação, ele deveria cuidar da nossa cidade, tapar os buracos. Campo Grande virou um verdadeiro queijo suíço, a saúde um caos tremendo, a nossa cidade está abandonada e ele vem querer articular eleição?
O chefe do Executivo Municipal vem trabalhando a formação de um grupo político para tentar ocupar a vaga do governador Reinaldo Azambuja(PSDB) que hoje comanda o Parque dos Poderes. No final de semana durante encontro regional do PSD, inclusive, ele colocou o seu nome à disposição para encarar a disputa rumo ao governo do Estado.
A forma agressiva com que o prefeito vem se manifestando ao ser indagado sobre os motivos que levaram o Banco Central, a Firjan e a CLP a reprovarem a sua gestão, mostra o tom beligerante que deve marcar a sua campanha ao governo do Estado. Demonstrando absoluto desconhecimento técnico sobre questões de ordem tributária, ele tentou se isentar da responsabilidade pela redução do repasse do ICMS à prefeitura da Capital.
Marquinhos Trad tenta divulgar o “modelo de gestão” que implantou em Campo Grande, sugerindo que o mesmo será implementado em todo o Estado caso seja eleito governador. Não explica, contudo, o porquê de a sua administração ter sido reprovada pelo Banco Central nos exercícios de 2019 e 2020; as causas de Campo Grande ter caído 6 pontos no ranking do Centro de Liderança Pública (CLP); e os motivos da péssima colocação (52ª colocação entre os 79 municípios de MS) da Capital no Índice Firjan de Gestão Fiscal da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Ele justificou essa péssima performance alegando que governo do Estado retirou quase 12% de ICMS da Capital.
A resposta do governo veio rápida. Nesta segunda-feira, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) lembrou que o secretário de Estado de Fazenda, Felipe Mattos, explicou que há critérios definidos e transparentes para o rateio dos recursos aos municípios. São critérios definidos por lei, e não pelo Governo do Estado. Se o prefeito da capital não conhece do assunto e acha que o governo retirou dinheiro de Campo Grande, vale a pena ele conhecer um pouco mais, pois ficou nítido em sua fala o total desconhecimento da matéria.
O município de Campo Grande perdeu índice porque o gestor não teve a competência e preocupação com o desenvolvimento econômico da cidade. Enquanto os prefeitos do interior fizeram o dever de casa, ele não fez.
Com investimentos, desburocratização e política de incentivos fiscais, Mato Grosso do Sul, por sua vez lidera a região Centro-Oeste na avaliação sobre ambiente e potencial de negócios para pequenas e médias empresas. O Estado ainda aparece na 6° colocação no ranking nacional, em levantamento feito pelo Banco Mundial. O Governo do Estado saiu da última colocação no ranking nacional da transparência para o primeiro lugar.
Já Campo Grande está negativada no Cadin que é mesma coisa do Serasa no setor público, o que impede o município de celebrar convênios com a União, por exemplo. Campo Grande está com nota “D” a CAPAG (Capacidade de Pagamento), isto significa que não atesta capacidade para obtenção de garantias.
Os prejuízos financeiros, gerenciais e agora morais causados por este absurdo são incalculáveis. Por exemplo: Campo Grande tem deixado de receber repasses e emendas de parlamentares.
Volto a perguntar? com que moral, o prefeito pode falar de outro gestor, que números tem para mostrar. A onda de greves no âmbito do serviço público municipal, aliada à precária situação financeira da prefeitura, é a tempestade perfeita para atrapalhar seus planos de poder.
A gestão temerária de Marquinhos Trad e do seu secretário de Finanças Pedro Pedrossian Neto, começa a fazer água no barco do PSD, barco esse que tem todos indícios que o levam a vira o Bateau Mouche vira o bate. Para políticos experientes que acompanham a evolução do inferno astral do prefeito, a situação atual é o principal reflexo do messianismo que marca a sua carreira populista. E a crise está apenas no começo. Mais tempestades prenunciam no horizonte.