Uma mudança positiva de gestão em Campo Grande só se efetivará se quem ganhar a disputa eleitoral conseguir fazer 12 anos em quatro. Pode até parecer improvável, mas é perfeitamente possível. É só a receita amarga de hoje não se repetir amanhã.
Se for mantida e concretizada a tendência que sinaliza a possibilidade de derrota da prefeita Adriane Lopes, qualquer dos demais concorrentes vai ter a extraordinária oportunidade de estercar a terra arrasada para que faça, enfim, florescer os saudáveis arvoredos do bem-estar, da transparência, da lisura e do qualificado atendimento das demandas da população
Os 12 anos em quatro referem-se a três mandatos. Primeiro, os quatro anos de inanição com Alcides Bernal e Gilmar Olarte; e depois, os oito anos a serem completados em dezembro, com Marquinhos Trad e Adriane. Não há mistério algum para ocorrer a mudança. Por incrível que pareça, para a mudança acontecer é preciso que se faça a lição de casa.
Simples assim, certo?
Só que não, diriam nossos moradores de bairro, sofridos no ventre do mais implacável abandono que uma gestão já causou em Campo Grande. O simples é muito complicado para uma gestão que governa com folha secreta e faz no escuro aquilo que deveria ser público, aberto e sem mistérios, por tratar-se de dinheiro do próprio campograndense que está indo para o ralo.
E assim, os 12 anos obscuros do governo municipal conduzido por essa turma trombam com a claridade de 9 anos e meio de uma administração estadual, que simplificou todo o processo de decisão governando para as pessoas e com as pessoas. Crise econômica foi enfrentada e superada. Até os impactos da epidemia de Covid-19 não se impuseram.
Mato Grosso do Sul passou a ser um motivador máximo para que seu povo alargasse o sorriso e aprofundasse a autoestima. Infelizmente, a sua Capital foi devorada pela inanição de ideias e de iniciativas que resultassem na satisfação de gregos e troianos – ou de campograndenses e acolhidos.
Quem ganhar a eleição, portanto, terá a chance de demonstrar que fazer 12 anos em quatro não terá sido nenhum bicho-de-sete-cabeças, mas uma bordoada natural da competência na incompetência, da verdade contra a mentira, do fato sobre a fantasia. E sem perder a perspectiva do sonho – ao contrário, revigorando sua razão de ser.
Que Campo Grande faça a conta de somar. Chega de perder.