Assim como se viu na malfadada prestação – ou não-prestação – de serviços de transporte coletivo urbano, que só não desmilinguiu porque o governador Eduardo Riedel prestou socorro emergencial à prefeitura no valor de R$ 10 milhões, a prefeita Adriane Lopes volta a perder mais uma nas suas obrigações de gestora. Em tela, a angustiante situação da saúde.
O Estado está iniciando a transição gerencial do Hospital Regional de Campo Grande no processamento da produção ambulatorial e hospitalar e na organização da regulação de acesso. É uma transferência que altera a relação da produção ambulatorial e hospitalar e a organização da regulação de acesso. Entre alguns impactos, a partir de agora o Piso Salarial Nacional de Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem e parteiras vai ficar sob a responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde.
Em síntese, a Secretaria Municipal de Saúde deixa de ser a gestora única e deve ajustar-se ao sistema de gestão dupla no Sistema do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do HR, previsto para maio. Isto, até que o Estado assuma integralmente a responsabilidade. Assinado em 2019, o Protocolo de Cooperação entre Estado e Prefeitura está no fim de sua validade.
Técnica e financeiramente esta transição revela, sobretudo, uma questão de competência ou de conhecimento de itens estruturais e até de cuidados elementares na administração do sistema definido para aquela organização hospitalar.
Porém, mesmo sendo este um capítulo específico, no plano geral da saúde publica campo-grandense o panorama é dos mais desoladores – vai da falta de remédios a frotas envelhecidas dos serviços de urgência, e ainda passa pela desvalorização dos trabalhadores, como indica o boicote absurdo de uma prefeita que não paga o adicional de insalubridade à enfermagem.
A vice de Marquinhos Trad consegue a façanha de ser pior que ele. E só não piora mais porque a cidade vem contando com um pronto-socorro eficiente, ágil, prestativo resolutivo chamado governo. O auxílio financeiro ao transporte coletivo, as obras viárias nas Moreninhas e Nova Lima e mais de R$ 200 milhões em investimentos consolidados em 2023 estão na caixa de medicamentos que nunca faltam para a prefeitura.
E assim é: enquanto não muda a situação, a cidade sem gestão tem o SOS Estadão.