Não haverá exagero algum se alguém disser que a prefeita Adriane Lopes, candidata à reeleição, colocou uma mordaça na boca da população ao extinguir a Suasc (Subsecretaria de Articulação Social e Assuntos Comunitários). Aliás, ela não está sozinha nesta brutalidade política e sem precedentes na história de Campo Grande. Sua caneta foi carregada por sua maioria de vereadores com a tinta da perversidade.
O pretexto da prefeita é de um cinismo sem máscara: alega estar cumprindo uma exigência do Termo de Ajuste de Gestão (TAC), firmado com o Tribunal de Contas (TCE). O objetivo, segundo Adriane, é fazer economia nos gastos da prefeitura com pessoal. A expressão “cinismo” não é fortuita, nem desrespeitosa, desde que se considere o pouco caso desta prefeita quando decidiu manter a folha secreta e outros gastos supérfluos ou meramente eleitoreiros.
Sua gestão esconde atitudes e ações questionáveis – para não usar outros adjetivos – que não são detalhadas no portal da Transparência. Mas assim mesmo deixa registros que impressionam, como os supersalários de privilegiados assessores, alguns da raia miúda do parentesco e da claque cabo-eleitoral.
Imaginem: a prefeita foi intimada pelo Judiciário a pagar direitos trabalhistas – adicionais de salários – para algumas categorias…e ignorou, simplesmente deu de ombros na atitude de desprezo à Justiça, optando pela via estreita e curta de um recurso que sabia infrutífero. Apenas adiou o cumprimento da medida, alongando o sofrimento e a humilhação a que estava submetendo os lesados servidores públicos.
Entre estas e outras, agora a prefeita – que é “povo do bem” e divulga qualificações de si mesma que a fariam servir de exemplo -, tira de cena um órgão que já não tinha a devida importância para ela e sua gestão, porém seria, quem sabe a única ferramenta de interatividade com o povo que paga imposto.
Assim, fica visível que a gestora não conhece ou não dimensiona o valor da atividade e do movimento comunitário. Optou por implodir um órgão que, provavelmente, não tem tanto peso financeiro na estrutura de pessoal. Ou tem? Afinal, de uma das prefeituras que mais gastam com pessoal entre as capitais brasileiras podem todos esperar de tudo e mais um pouco.
Detalhe: os vereadores adrianistas aprovaram em agosto o projeto da prefeita para dar fim à subsecretaria e transferir as atividades do órgão para seu gabinete. A prefeita agora é a dialogadora de uma gestão que não dialoga com o movimento comunitário.
Socorro Campo Grande!….