Joesley e Wesley Batista. Irmãos de sangue. Sócios. Megaempresários.
Poderiam ser protagonistas de uma bela e exemplar história de lutas e de talento nos negócios, de visão empresarial e de conceitos inovadores de empreendedorismo. No entanto, escolheram outra forma de escalar os degraus de suas ambições, que, agora, conforme indicam os fatos, eram (ou ainda são) ilimitadas, desprovidas de quaisquer escrúpulos.
No olho do furacão Brasil, cem milhões de vezes mais devastador para a ética do que foi o Irma para o Caribe e os EUA, os irmãos Batista confessam parte de seus crimes e ainda querem num momento posar de heróis, noutro de massa de manobra, às vezes de desavisados…ora, os ingênuos, quando criminosos, são muito mais perigosos, porque praticam os crimes com o sorriso da maldade e requintes de ironia.
Entre tantos prejuízos econômicos, sociais e morais que causaram e ainda estão causando ao Brasil e aos brasileiros, os irmãos Batista foram decisivos também para arrebentar com uma importante reserva de oxigênio desenvolvimentista em Mato Grosso do Sul.
Não tiveram nenhuma hesitação em apunhalar pelas costas o Estado que lhes abriu as portas para plantar seus empreendimentos, garantir seus lucros, gerar empregos e bem-estar, expandir suas plantas industriais, crescer mais…desde que fizessem a lição de casa, de maneira escorreita, aplicada, observando os regramentos legais e éticos.
Não é isso o que eles queriam. Nunca quiseram. Porque a fortuna monstruosa que amealharam tem raiz na fraude, na simulação, na propina, na lavagem de dinheiro, na mentira. E agora também na delação caluniosa com que pretendem alcançar – pasmem! – o perdão para seus pecados. Querem impunidade.
Calcula-se que o prejuízo causado pela JBS dos Batista a Mato Grosso do Sul foi em torno de R$ 1 bilhão. Na ciência exata, o cálculo pode estar circunscrito aos números de balancetes e investigações contábeis e fiscais. Mas na ciência humana, no território de sonhos perdidos e esperanças frustradas de quem sonhava com empregos e oportunidades, o prejuízo que Joesley, Wesley & Cia estão ainda provocando ao Estado não tem como ser calculado.
Que a máscara caia de uma vez por todas. Que a verdade se afirme e as mentiras se tornem pó, mas que não se consinta a condescendência com o malfeito. É crime demais para um sobrenome só. Que se ressalvem as exceções, mas o sobrenome Batista da rama de Joesley e Wesley e da florada de propinas da JBS e J&F é planta venenosa, erva daninha que o Brasil precisa extirpar pela raiz.
GERALDO SILVA