Quando prefeito, desde seu primeiro dia de mandato Marquinhos Trad apelou, choroso, ao governo estadual, pedindo socorro para livrá-lo do abacaxi espinhento que deveria descascar. Tinha recebido da dupla Alcides Bernal-Gilmar Olarte uma prefeitura em frangalhos. No momento de sua posse, pouca gente ou ninguém sabia que o rebento rebelde dos Trad nada tinha de competência para consertar uma cidade desconsertada.
E deu no que deu. O então governador Reinaldo Azambuja fez o que qualquer dirigente republicano, democrático e sensível faria: colocou o Estado, os secretários de Estado e os cofres do Estado à inteira disposição dos legítimos interesses dos campo-grandenses. Atendeu a população, em primeiro lugar, atendendo também, neste bojo, o homem que tinha saído das urnas com a responsabilidade de enfrentar e resolver os problemas da Capital,
Marquinhos Trad não só deixou de resolver, como agravou. Só não ficou pior porque a cidade teve outro “prefeito”: Reinaldo Azambuja. De sua decisão saíram vários investimentos para cooperar com a gestão local. E mais não fez porque tinha outros 78 municípios necessitando do apoio do Estado. Ainda assim, Campo Grande viu o desenho viário e a composição urbana renovados pela intervenção socorrista do governo estadual.
Quando saiu da prefeitura e fez a campanha para governador, tendo em seu discurso a apropriação indébita de empreendimentos locais feitos ou bancados pelo Estado, Marquinhos deixou as chaves da prefeitura nas mãos da parceira vice-prefeita. E outra vez deu no que está dando. Adriane Lopes não faz tudo que deveria. E o pouco que é feito só acontece pelas vias federais ou do governo estadual.
Se quiserem enumerar ou descrever o tamanho do socorro que o governador Eduardo Riedel vem prestando à primeira mulher eleita para governar a cidade que não governa, os fatos, números e imagens estão aí, à vista. E não são socorros limitados à ampliação da rede de pavimentação viária ou de repasses regulares de dinheiro para fazer às vezes de prefeitura e honrar os acordos e contratos com as empresas de transporte coletivo.
O Governo do Estado ajuda – é isto mesmo: ajuda – a prefeita Adriane Lopes a resolver outros problemas – assim como o transporte – sob sua absoluta responsabilidade. É o que está demonstrado, por exemplo, no recente desembolso de R$ 3,5 milhões que a Agesul (antigo Dersul), órgão do governo estadual, está fazendo para que as obras de reforma do antigo Terminal Rodoviário Heitor Laburu sejam concluídas.
Mais do que o escrito aqui não é preciso. A não ser que alguém, por ironia, queira fazer aquela célebre e envergonhada comparação: “Desse jeito, até eu”.