Quando assumiu a prefeitura em 2 de abril deste ano, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, afirmou que ia dar continuidade à gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad. De fato, vem cumprindo na íntegra a sua palavra, pois o que vemos em nossa Capital é um amontoado de obras paralisadas, 33 no último levantamento; os bairros continuam abandonados; e a crise no transporte coletivo só conseguiu resolver até o final do ano e com a ajuda do Governador Reinaldo Azambuja, que aportou R$ 1,2 milhão por mês.
Ainda hoje, final de setembro, é impossível andar pelo Centro da cidade em razão das obras intermináveis. Todos os dias ruas são interditadas e até agora a prefeita inaugurou apenas uma obra inacabada, um pedacinho do corredor de ônibus. E vive fazendo festa. Vamos conferir se realmente em dezembro terminam as obras na região Central, conforme o prometido.
Corre pelos corredores do poder que ela tem um acordo com Marquinhos Trad de fazer mudanças na prefeitura, como a demissão de funcionários comissionados, somente depois das eleições.
Denúncias apontam que a prefeita vai fazer uma devassa no mundaréu de funcionários que tem na prefeitura e estariam na campanha de Marquinhos Trad, bandeirando nas esquinas e pedindo votos nos bairros. Nós é que pagamos esta conta.
Sobre o excesso de funcionários nomeados sem concurso, a FOLHA DE CAMPO GRANDE divulgou em maio que Campo Grande é a capital que mais gasta com a folha de pessoal, R$ 2,364 bilhões anuais.
O município, de acordo com dados do Tesouro Nacional, estourou o limite constitucional com essa despesa em mais de cinco pontos percentuais, que é 54% da receita corrente líquida. Atingiu 59,16% em 2021, o maior percentual de gasto entre as 26 capitais brasileiras.
Equivale dizer que a gestão de Trad gastou R$ 207 milhões a mais com funcionários em 2021. Dinheiro suficiente para concluir obras e resolver os graves problemas na saúde da Capital, como falta de médicos, falta de insumos hospitalares e falta de medicamentos para atender a pacientes de menor poder aquisitivo.
Campo Grande não merece esse retrocesso. Esperávamos mais por parte da gestora Adriane Lopes. A cidade está uma bagunça. Tinha que retomar as obras paradas. Não sabemos por que as obras foram interrompidas, se por incapacidade de gestão, se por falta de planejamento ou por falta de recursos.
Nesta semana o vereador Clodoilson Pires lembrou as obras inacabadas ao afirmar que esta gestão joga nosso dinheiro advindo dos impostos no lixo. Antes, porém, o vereador Marcos Tabosa afirmou categoricamente que a prefeita Adriane Lopes não passa de uma marionete comandada pelo seu esposo, deputado estadual Lídio Lopes, e pelo seu antecessor, Marquinhos Trad, ao enfatizar que ela não tem perfil para chefiar o Executivo.
Ao que parece, teremos que conviver com essa gestão catastrófica, que não dá conta de manter nem o que está pronto, como as Unidades de Saúde, quiçá acreditar que ela consiga tirar Campo Grande, literalmente, do fundo do poço.
Tem um velho ditado que diz: “Nada está tão ruim que não possa piorar”.
Tenho dito!