Este mundão tem jeito e o Homem é capaz de corrigir as injustiças que ele mesmo cria
Durante os oito anos em que esteve à frente do Executivo de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja salientava constantemente em seus discursos que fazia um governo para as pessoas. Ele tirava do impessoal institucional o feito que se deve atribuir, de forma personalizada e íntima, às relações humanas.
Era mais uma atitude que um pronunciamento. E Azambuja não foi, não é e nem será, felizmente, o único a reconhecer a grandeza humanista, um atributo social que deve permear a marcha das civilizações. Há lideranças, governantes e interlocutores de diversas inclinações ideológicas que também fazem a sua parte, curvam-se a este simples e fundamental credo de respeito.
Na segunda-feira passada, o Brasil testemunhou um gesto que vem ao encontro desta reflexão. Sancionada pelo presidente Lula, a lei da igualdade salarial entre homens e mulheres no desempenho da mesma função é encaixe oportuno e necessário na engrenagem de humanização do poder civilizatório, institucional e sócio-político. É um compromisso que se coloca no âmbito das relações trabalhistas para universalizar comportamentos alinhados em frases como a de “governar para as pessoas”.
Tanto nas Escrituras Sagradas como nos melhores e mais consistentes regramentos institucionais da democracia e da ordem jurídica, o ser humano está contemplado por direitos inalienáveis e orientado a observar deveres igualmente indispensáveis. A existência de gente que anda por estas linhas é que nos dá a esperança e a razão para acreditar que este mundão tem jeito e que o Homem é capaz de corrigir as injustiças que ele mesmo cria.