Uma das iniciativas emergenciais mais importantes na história da administração pública em Mato Grosso do Sul foi e está sendo duramente atacada durante a disputa eleitoral em Campo Grande. O que entristece é saber que interesses políticos, frutos de um antagonismo elevado ao extremo da insensatez, conduzem algumas pessoas por caminhos tortos, distantes da razoabilidade, na contramão das necessidades populares.
A Caravana da Saúde não foi nenhum favor, mas obrigação cumprida por parte de um governante. Não é um projeto novo no mundo, mas é inovador no Estado. Uma ideia cujo DNA não importa – o que importa é o alcance social que propõe e consegue, na prática, para atender milhares de pessoas que amargam meses e até anos na fila de espera por um simples atendimento não prestado pela rede pública com a rapidez necessária.
Na campanha, durante discursos palanqueiros e nos debates da televisão, alguns dos pretendentes à Prefeitura da capital criticam impiedosamente a iniciativa e – pasmem! – tratam a caravana como evento politiqueiro, que não resolve, chegando ao cúmulo de afirmar que depois das rodadas de assistência os profissionais de saúde vão embora e tudo volta a ser como dantes no reino de abrantes.
Deslavada e maldosa afirmação. Não é o reino de abrantes que fica após a passagem da caravana de médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes aboletados em gabinetes de consultas, microcirurgias e outros procedimentos instalados sobre carretas gigantescas. Basta contemplar a imensa multidão que em todo Mato Grosso do Sul recuperou a dignidade, a autoestima, a alegria de viver depois dos atendimentos que receberam.
Só em Campo Grande foram feitas mais de 30 mil cirurgias oftalmológicas, mais de 25 mil cirurgias eletivas, mais de 100 mil consultas e mais de 500 mil procedimentos. Esses são apenas alguns números que atestam a dimensão e o significado da Caravana da Saúde para garantir cidadania a quem não a tinha porque lhes faltava, por exemplo, uma simples e indolor intervenção cirúrgica para voltar a enxergar, como demonstraram as operações de catarata.
Casamentos, expedição de documentos fundamentais e outras atividades de inequívoca utilidade pública reforçaram o contexto inclusivo desse projeto que não é nenhum favor, mas obrigação que governantes responsáveis cumprem, aplicando dinheiro do contribuinte em favor do próprio contribuinte e atendendo suas reais necessidades.
Quem for contra a ação rápida e eficiente de serviços assistenciais de saúde em situação de emergência, que assuma então, e explique-se diante de milhares de pessoas humildes que, em diferentes conjunturas pessoais de saúde, lutam pela dignidade e pela qualidade de vida nas filas intermináveis de espera da rede pública. Política não é para quem quer, é para quem tem compromisso verdadeiro com o bem-estar do povo e põe o interesse coletivo e as aspirações da sociedade acima de suas paixões pessoais e partidárias.
GERALDO SILVA