Passa da hora de resgatar a essência do nosso Hino à Independência
Que os verdadeiros defensores e fiéis das valorosas Forças Armadas Brasileiras se levantem, efetivamente, para não permitir que a instituição seja maculada novamente por protagonismos comprometedores, como ocorreu no governo de Jair Bolsonaro. Talvez à exceção dos anos de chumbo (de 1964 a 1985), o Exército, a Marinha e a Aeronáutica não tenham oferecido tantos motivos para que sua essência republicana fosse posta em dúvida.
Um dos versos do Hino da Independência, inspirado na letra de um poema de Evaristo da Veiga e musicado por D. Pedro I, enfatiza: “Já podeis da Pátria, filho, ver contente a mãe gentil”. Infelizmente, esse contentamento pátrio foi barrado por episódios constrangedores causados pelos comandos das forças encarregadas de defender e honrar a Pátria. Nem ela e nem seus autênticos patriotas estão contentes com o esculacho aqui relatado.
Em 2022, apurou-se que as FFAA usaram verba de seu orçamento para comprar 35 mil cápsulas Viagra e reservado R$ 546 mil destinado à aquisição de botox para os militares. Bolsonaro, o presidente, disse que não via nada de mais e que o Viagra teria outro uso que não o tratamento de disfunção erétil. O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, frisou que a compra atendeu os princípios de eficiência da gestão pública.
Agora, uma auditoria do Tribunal de Contas da União constatou que o Ministério da Defesa e as FFAA desviaram parte dos recursos destinados ao enfrentamento da Covid-19. No lugar do combater ao coronavírus nas corporações, esse dinheiro financiou a compra de salgados para coquetel, sorvetes, refrigerantes e até filé e outras carnes nobres.
O Palácio do Planalto fez olhos, ouvidos e bocas de estátua. Nada viram, nem ouviram. Normal, infelizmente. O que se poderia esperar de um presidente que, entre uma motociata e uma rasante de jet-sky, usou R$ 754 mil do cartão corporativo para bancar lanches na sua campanha eleitoral? Ao todo, foram adquiridos 21.447 kits com sanduíche, frutas e bebidas entre agosto e outubro de 2022.
Passa da hora de resgatar a verdade, a essência e a convocação do nosso Hino à Independência. A Pátria-mãe-gentil quer ficar contente de novo.