Muito se indaga a cada eleição nos últimos anos em Mato Grosso do Sul, e fazendo comparações com o País, qual é a explicação para a brutal diferença entre os desempenhos dos tucanos locais e seus correligionários nos demais estados brasileiros.
Os relatórios da Justiça Eleitoral demonstram que de 2014 para cá vem ocorrendo uma flutuação contraditória nos gráficos de desempenho, com o PSDB sulmatogrossenso ganhando e crescendo em cada pleito e na grande maioria dos estados o tucanato enfraquece e perde representatividade. Não há mistério algum. A receita é simples, e talvez por isto mesmo, complexa para ser utilizada por alguns dirigentes.
O PSDB de Mato Grosso do Sul fez uma equação prosaica para ser o que é hoje: seus quadros seguiram a liderança de um dirigente que pauta a sua trajetória por regras inegociáveis, uma delas a de falar sempre a verdade à população. Isto significa não trair a confiança do eleitor e corresponder às suas melhores expectativas, como a de agir com honradez, responsabilidade e espírito republicano, além de exercitar capacidades essenciais, entre elas as do diálogo, da auto-crítica, da vocação democrática.
Quando Waldir Neves e Marisa Serrano deixaram o comando regional do PSDB para ocuparem cadeiras no Tribunal de Contas, por indicação do ex-governador André Puccinelli (MDB), muita gente chegou a profetizar o esvaziamento da legenda no Estado. Um ledo engano. Reinaldo Azambuja tomou o leme da sigla e se recusou a andar sozinho: recrutou pessoas das mais qualificadas para acompanhá-lo na revitalização do partido, uma delas seu leal amigo e escudeiro Sérgio de Paula.
Gradualmente, num ritmo de dinâmica consistente, o partido passou a formatar composições vitoriosas nos diversos municípios, tanto na agenda organizacional como na presença política e programática. Nesse compasso, o mesmo processo de revelação e afirmação política confiado a Sérgio de Paula Azambuja estendeu a outros correligionários. Novas lideranças foram sendo estimuladas e começaram a diferenciar, pela qualidade, o PSDB.
E foi neste berço que nasceu a promessa chamada Eduardo Riedel, transformada em realidade à medida que Azambuja e seus liderados venciam eleições, conquistando prefeituras e o governo. E todo mundo sabe que os oito anos de Azambuja no governo fizeram o Estado servir de referência nacional em geração de empregos, gestão, transparência e cumprimento de compromissos.
Assim, o partido pode ser descrito em duas fases distintas: antes e depois de Azambuja, o qual, com um meticuloso trabalho de articulação, fez a legenda crescer e se estruturar nos 79 municípios. Em 2020, havia pouco mais de 30 prefeituras tucanas. Hoje são 50, sendo que duas dezenas deles já dando os primeiros passos rumo à reeleição.
Importante acentuar que nesta receita, além da essencialidade do papel de articuladores e pensadores como Sérgio de Paula e Eduardo Riedel, e do seu exército de lideranças, o PSDB também foi energizado pelo sucesso de duas gestões estaduais, nas quais uma das principais marcas de Azambuja pode servir de resposta para resumir porque este partido avançou tanto: o municipalismo. Assim como governou com os municípios, o PSDB fez a política também com os municípios, compondo programas e execução de obras com prefeitos de todos os matizes partidários e ideológicos.
Não poderia ser outro o destino ao longo desta construção: crescer e oxigenar-se constantemente. O avanço do PSDB sul-mato-grossense chegou aos olhos da alta cúpula tucana nacional, que já vê Azambuja como o nome ideal para substituir Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, na presidência da Executiva Nacional.
Como se pode inferir, não há mistério, nem segredo, nem mágica. É apenas uma questão de simplicidade sendo verdadeiro, tanto o homem como o partido e na mesma régua a gestão publica. Que esta lição sirva para que os de juízo copiem, sem problema algum. Ela não é lição nova, é das mais antigas, só não é aprendida ou não é aplicada. Simples assim.