Lutadores presos em São Paulo são suspeitos de estuprar pelo menos 4 mulheres em Mato Grosso do Sul
Após os momentos de terror, as vítimas dos dois lutadores presos suspeitos de roubo e estupro, nesta quinta-feira (24), em São Paulo, agora, lidam com o trauma.
Duas das quatro profissionais do sexo que foram estupradas pelos criminosos, lembraram a sessão de violência a que foram submetidas pelo tricampeão mundial de jiu-jítsu, Erbeth Santos e o lutador André Pessoa. Os crimes ocorreram em Campo Grande e em Três Lagoas, sendo que o modo de agir dos criminosos foi o mesmo.
A jovem 24 anos, conta que Erbeth entrou em contato com ela, em Três Lagoas, por volta das 17h desta quinta-feira (23).
Por telefone, o suspeito disse que o programa seria para ele, mas cerca de “dez minutos depois” o lutador chegou acompanhado do amigo na residência onde estava a jovem e outras 5 meninas.
“O André ficou na sala e ele (Erbeth) foi comigo para o quarto. Ele tomou banho e já saiu do banheiro com uma faca, dizendo para eu não reagir”, comenta. A jovem foi estuprada sob a mira de uma faca.
Quando os dois saíram do quarto, a vítima ainda se deparou com as amigas sendo rendidas por André.
“Ele estava armado, agrediu elas, deu coronhadas na cabeça delas”, se queixa.
A jovem conta que todo o crime durou cerca de 20 minutos. Tempo que foi suficiente para dupla roubar R$ 2 mil em dinheiro e 4 celulares das meninas. Câmera de segurança flagrou os suspeitos revirando os objetos da casa.
Logo após a fuga da dupla, as profissionais do sexo foram até a delegacia registrar o boletim de ocorrência. Imediatamente, a jovem abusada também passou por exame de corpo de delito.
Não foi a primeira vez
O estupro seguido de roubo, em Três Lagoas, não foi a primeira situação de violência que a jovem viveu, nos últimos anos. Em 2016, a vítima diz ter sido submetida a uma sessão de tortura por um cliente, em Ponta Porã.
“Ele me agrediu por mais de 5h, eu fiquei 4 dias internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Eles acham que são donos da gente”, desabafa
Mesmo modo de agir
Antes de irem para Três Lagoas, os dois lutadores também invadiram uma casa de prostituição, em Campo Grande, na tarde de ontem (23). Duas mulheres foram estupradas no local, segundo uma das vítimas.
“Eles entraram aqui, me bateram, anunciaram o assalto. Eles mandaram eu e uma amiga olharmos para baixo e disse que não era para a gente reagir. Ele disse que ia matar a gente se reagíssemos”, lembra a vítima.
Os detalhes do abuso covarde ainda pairam na memória da profissional do sexo.
“Foi muito desesperador, fiquei com medo deles matarem a gente. Então não reagi, não fiz nada, deixei. Até questionei ele, pedi para colocar camisinha, ele falou que não ia colocar de jeito nenhum e foi assim”, conta.
Depois de abusar e roubar as vítimas, os lutadores amarraram as garotas de programa e as trancaram em um dos quartos da residência.
“Eles apagaram as luzes e tamparam a nossa boca com uma calcinha. Mas na hora que eles desceram a gente conseguiu se soltar, pegamos uma faca para cortar as cordas das nossas mãos e fomos pra rua pedir ajuda”, lembra. Depois de fazer a limpa na residência, a dupla fugiu levando 4 celulares e R$ 1 mil das mulheres.
Assim como as vítimas de Três Lagoas, as mulheres abusadas em Campo Grande também procuraram a polícia, logo após o crime o que foi crucial na identificação dos suspeitos.
Atrás das grades
De acordo com a Polícia Civil, os dois lutadores estupraram pelo menos 4 mulheres em Mato Grosso do Sul. Após o crimes virem à tona, eles fugiram para São Paulo, mas acabaram presos nesta quinta-feira (24) em um pedágio da Rodovia Castello Branco (SP-280), em Boituva, no interior do estado paulista.
Com os suspeitos foram apreendidos 24 celulares, nove carregadores, R$ 3,5 mil em dinheiro e uma faca. Em depoimento à Polícia Civil paulista, Erbeth Santos disse que estava sob efeito de drogas e tentou culpar as vítimas.
“Eles alegam que fizeram uso de drogas. O Erbeth diz que fez uso de maconha e o André, de cocaína. Eles ainda transferem a responsabilidade para as mulheres, falando que o uísque que eles tomaram estaria de certa forma ‘batizado’ (…) e que perderam o controle, não sabiam o que estavam fazendo”, disse odelegado da Polícia Civil de Boituva, Carlos Antônio Antunes.