Áudios são uma conversão do espectro de luz para o espectro sonoro. Processo foi feito com imagens de nebulosas e de um exoplaneta
Imagens captadas pelo telescópio James Webb podem ser “ouvidas” em vídeos divulgados nesta quarta-feira (31) pela Nasa. Uma equipe composta por cientistas, músicos e uma pessoa com deficiência visual (que trabalhou para adaptar os dados do telescópio) realizou a sonificação de imagens da Nebulosa do Anel Sul, do exoplaneta WASP-96b e dos “penhascos cósmicos” da Nebulosa de Carina.
Os sons não são os áudios reais dos objetos astronômicos — como foi o caso do som de um buraco negro divulgado em agosto pela agência espacial americana. Eles são, na verdade, uma conversão das ondas de luz registradas nas imagens para o espectro sonoro. Basicamente, o comprimento de onda da cor predominante em cada porção da imagem é traduzido para uma frequência sonora correspondente.
Na imagem da Nebulosa de Carina, por exemplo, “a trilha sonora é vibrante e cheia, representando em detalhes essa gigantesca cavidade gasosa que tem a aparência de uma cadeia de montanhas”, afirma a Nasa. “O gás e a poeira na metade superior da imagem são representados em tons azuis e sons de vento, semelhantes aos de drones. A metade inferior da imagem, representada em tons de laranja e vermelho, tem uma composição mais clara e melódica”, explica.
Já no vídeo da Nebulosa do Anel Sul, há duas imagens, com diferentes comprimentos de onda predominantes. Na primeira, a faixa de frequência mais alta representa a luz infravermelha próxima. Depois, na segunda imagem, com a mudança de tonalidade, as notas mudam, tornando-se mais baixas.