Grupo transferia rapidamente os valores roubados para contas no exterior, dificultando o rastreamento.
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Três cidadãos chilenos foram presos após furtarem R$ 100 mil de duas agências da cooperativa Sicoob em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, durante o último fim de semana. Conhecidos por sua expertise em invadir instituições financeiras, o trio conseguia desativar sistemas de segurança sem disparar alarmes e transferia rapidamente os valores subtraídos para contas no exterior, conforme informações do delegado Pedro Cunha, da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras).
Residentes em São Paulo, os suspeitos se hospedaram em um hotel na capital sul-mato-grossense, onde monitoraram as agências alvo e planejaram a logística dos crimes. A escolha das agências baseava-se na vulnerabilidade dos sistemas de segurança, que eles conseguiam desativar com facilidade. Além dos furtos em Mato Grosso do Sul, o grupo já havia realizado ações semelhantes em estados como Minas Gerais, Espírito Santo e Santa Catarina, além de outros países.
As prisões ocorreram no bairro Santa Efigênia, em São Paulo, na última segunda-feira (24/02). Durante a operação, foram apreendidos instrumentos utilizados para arrombar as agências, notebooks e armas de fogo pertencentes aos vigilantes. Parte do montante furtado já havia sido transferida para contas no exterior. A polícia solicitou a transferência dos detidos para Campo Grande, onde responderão pelos crimes cometidos.
As invasões às agências da Sicoob, localizadas nas avenidas Afonso Pena e Mato Grosso, ocorreram durante o fim de semana, sendo descobertas pelos funcionários na manhã de segunda-feira (24). Além do dinheiro, foram subtraídos 19 notebooks, 15 celulares e duas armas de fogo. A polícia continua investigando o caso para identificar possíveis outros integrantes e conexões da quadrilha.
Casos semelhantes envolvendo quadrilhas chilenas têm sido registrados em outras regiões do Brasil. Em 2013, a Polícia Civil do Distrito Federal desarticulou um grupo especializado em furtos a lojas de shoppings, que mantinha registros detalhados dos estabelecimentos que seriam alvo das ações criminosas.
Em 2019, no Rio de Janeiro, policiais prenderam quadrilhas formadas por chilenos suspeitos de assaltarem shoppings e residências, utilizando documentos falsos para despistar as autoridades.
A atuação dessas quadrilhas internacionais evidencia a necessidade de cooperação entre as forças de segurança e órgãos internacionais para combater eficazmente o crime organizado transnacional.