Desde a zero hora desta sexta-feira, 18 de março, a fronteira entre as cidades da Bolívia, Puerto Quijarro e Puerto Suárez, com Corumbá, no Brasil, está fechada. Desta vez, professores bolivianos se mobilizaram para reivindicar melhorias para a categoria.
O grupo está centralizado próximo a ponte que delimita o território entre os dois países. Com cartazes e bandeira da Bolívia, os profissionais da educação reivindicam melhores salários, valorização da categoria e condições de trabalho em sala de aula. O tráfego de veículos está interrompido, apenas é permitida a passagem de pedestres. Do lado brasileiro, motoristas de caminhões de cargas esperam o fim da mobilização para atravessar a fronteira.
Segundo o Diário de Corumbá, os professores também fazem protestos em rodovias e ruas em diversas cidades da Bolívia. Toda mobilização teve início nesta semana em Santa Cruz de La Sierra e La Paz.
A mobilização geral ficou marcada para hoje, onde centenas de professores e profissionais da educação realizam o chamado “Paro por 24h”, ou seja, a paralisação é por 24 horas.
Os professores exigem que o Governo equilibre a carga horária e pague salário justo. Muitos profissionais trabalham até 120 horas/mês, mas são pagos apenas por 90 a 100 horas trabalhadas. Outro ponto é a estrutura de trabalho nos centros educacionais, que são precários.
Em resposta, o vice-ministro de Educação, Bartolomé Puma, se manifestou dizendo que “em nenhum lugar do mundo quem não trabalha é pago”, anunciando que os descontos serão aplicados aos professores que cumprirem a greve convocada pela Confederação Nacional dos Professores Urbanos nesta sexta-feira.
Puma ainda lembrou, que os salários dos professores são pagos com “recursos dos próprios bolivianos”, pelos quais ele pediu aos educadores que compareçam aos seus locais de emprego nesta sexta-feira.
A Confederação Nacional dos Professores Urbanos frisou que, além da paralisação das atividades, bloqueios de ruas e rodovias em diversas regiões do país por 24 horas, quer chamar a atenção do governo para as reivindicações e sejam abertas negociações.