Ponta Porã comemorou na segunda-feira (18) 104 anos de emancipação. Com sua história ligada diretamente à vizinha Pedro Juan Caballero, no Paraguai, a cidade sul-mato-grossense é conhecida como “Princesinha dos Ervais” devido à forte influência econômica e cultural que a erva-mate teve nas primeiras décadas de fundação do município.
A programação cultural do aniversário incluiu show gratuito com o trio Hermanos Irmãos, no Centro de Convenções Internacional.
O show “Por América” é realizado pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) com apoio da prefeitura e da Fundação de Cultura de Ponta Porã. O trio é formado por Jerry Espíndola, Márcio De Camillo e Rodrigo Teixeira.
História ligada à erva-mate – O Monumento das Cuias, na entrada da cidade pela BR-463, simboliza a importância da erva-mate para a região. Com uma cuia de tererê, mate gelado típico do Paraguai, e uma cuia de chimarrão, bebida tradicional dos gaúchos, o monumento representa a fusão das culturas.
De acordo com estudiosos da história de Mato Grosso do Sul, assim como Pedro Juan Caballero, Ponta Porã surgiu no entorno da laguna (lagoa) Punta Porã, que fica no lado paraguaio da fronteira e era ponto de descanso dos carreteiros que circulavam pela região.
Sacha Cardona, escritor, professor e historiador autor do livro A Las Sombras De Los Perobales – História del Poblado de Punta Porã” (2008), afirma que as duas cidades cresceram juntas, e de tal forma se desenvolveram. “Cada qual possui sua história, mas ambas possui uma forte integração econômica e social, valorizada por ambas as comunidades”.
Apesar de ficarem em países diferentes, as duas cidades possuem forte integração, principalmente cultural e econômica, já que Ponta Porã também depende do movimento do comércio do lado paraguaio, já que os turistas brasileiros que vêm para a região também gastam na cidade brasileira, principalmente em hotéis e restaurantes.
O Centro Comercial da Fronteira “União de dois Povos”, construído com recursos da União Europeia na Praça Lício Borralho, foi inaugurado em 2012 para simbolizar a integração das duas cidades.
Economia
Com sua formação econômica ligada à produção e comércio da erva-mate, Ponta Porã ainda depende diretamente das atividades ligadas ao setor rural, mas de forma mais moderna e tecnológica.
As lavouras de soja, milho e pastagens ocupadas por gado ainda existem, mas a cana de açúcar já ocupa boa parte dos campos de Ponta Porã. O município conta com uma usina da Bunge, instalada em 2007.
Na área urbana, segundo os empresários locais, os setores imobiliário e de serviços continuam se expandindo em Ponta Porã. A venda de imóveis aumentou nos últimos dez anos, principalmente para atender os estudantes de medicina.
Conforme as entidades que representam os setores comerciais das duas cidades, pelo menos dez mil pessoas estão envolvidas com o ensino superior de medicina em Pedro Juan e isso reflete diretamente em Ponta Porã.
No setor de gastronomia, o número de bares, restaurantes e lanchonetes quase dobrou em uma década. (Asssomasul)