Reforçar a pesquisa na agricultura familiar em busca de uma produção ainda mais sustentável, ajudando a melhorar a renda das famílias e seguir na meta de ajudar o Mato Grosso do Sul a se tornar Estado Carbono Neutro até 2030. Estes são alguns dos objetivos do Governo do Estado que está investindo R$ 1,1 milhão em pesquisa, desenvolvimento e Inovação para a Agricultura Familiar por meio da chamada FUNDECT/AGRAER (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul).
O objetivo é conceder apoio financeiro, mediante avaliação, a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação nas áreas de Agricultura de Baixo carbono, Bioeconomia e Biotecnologia, com foco na agricultura familiar, por meio de estudos para desenvolvimento da Produção de Leite, integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Espécies Nativas, Fruticultura, Controle Alternativo/Biológico de Pragas e Doenças, Recuperação de Pastagens Degradadas e Agroecologia, a serem executados por pesquisadores da Agraere e por ela indicados.
O investimento inicial é de R$ 1,1 milhão em 10 propostas aprovadas. Os termos de outorga para apoio a 10 projetos de pesquisadores foram assinados nesta segunda-feira (25) no auditório da Agraer, em Campo Grande.
Participaram do evento o secretário da Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, juntamente com o diretor-presidente da Fundect, Márcio de Araujo Pereira e o diretor-presidente da Agraer, André Nogueira Borges; além dos 10 pesquisadores selecionados.
O titular da Semagro, Jaime Verruck, destacou a importância do momento para a pesquisa estadual e a agricultura familiar. “Este é para nós um momento importante no Estado. Nós temos que avançar muito na pesquisa, tanto de produtos, como de tecnologia para a agricultura familiar, além de equipamentos. Agora com a pesquisa a nossa meta é para que se desenvolvam atividades que possam propiciar a esses produtores rentabilidade, com novas tecnologias”, enfatizou.
Verruck destaca que diante desta demanda surgiu a ideia de um Edital. “Ouvimos os parceiros que atuam em algumas pesquisas específicas para isso. Agora estamos inserindo a questão da sustentabilidade. Uma das grandes dúvidas hoje é como a agricultura familiar vai se inserir nos modelos de sustentabilidade. Será que ninguém pensou nisso? Na verdade, ninguém achou foi a solução. Muita gente pensou nisso, mas ninguém ainda achou o caminho que será dado para que a agricultura familiar também seja inserida na lógica da sustentabilidade, do crédito de carbono no mundo inteiro”, salientou.
Em boa hora
Para o coordenador de pesquisa da Agraer, Vitor de Oliveira, o recurso vem em uma hora interessante. “Estamos em um processo de reestruturação na CEPAER. Da gerência de pesquisa, da agricultura familiares, e nós temos a possibilidade de prospectar exatamente quais são as necessidades de desenvolvimento de tecnologia junto a esse público”, salientou o pesquisador.
Ele destaca que no segmento de agricultura familiar, a pesquisa da CEPAER é mais voltada para a fruticultura, pecuária de leite, pastagens e agrofloresta. “Atuamos em temas ambientalmente corretos. De sistemas que possam ser trabalhados e desenvolvidos em pequenas áreas”, explicou.
O pesquisador enfatiza ainda que os agricultores estão bastante abertos a receber essa tecnologia, essas informações. “No CEPAER a gente faz pesquisa e faz transferência de tecnologia. Nesse processo de transferência utilizamos nosso quadro de assistência técnica, como também com produtores, diretamente por meio de dias de campo executados no centro de pesquisa. No local eles conhecem as unidades experimentais e realmente são muito interessados em estar aprendendo coisas novas, tecnologias que possam levar para a sua propriedade”, finalizou.