O sertanejo João Carreiro e o sambista Quinho do Salgueiro deixaram de luto milhões de fãs
No dia 30 de dezembro cantou em Sete Quedas (MS) e na virada do ano em Pedra Preta (MT). Na quarta-feira, quarto dia de 2023, ele deu seu último suspiro no leito de um hospital em Campo Grande (MS). O cuiabano João Carreiro tinha apenas 41 anos – sofreu uma complicação após cirurgia cardíaca e não resistiu.
Naquela mesma quarta-feira outra amarga notícia veio engrossar o triste coro de fãs no país: o sambista Quinho do Salgueiro, 66, morreu no Rio de Janeiro. Embora fora dos desfiles desde 2022, quando começou o tratamento contra um câncer, era um dos motivadores mais importantes do carnaval carioca, onde sua voz embalou diversas escolas de samba.
DESPEDIDA
Pouco antes da cirurgia para colocar uma válvula no coração, João Carreiro falou do leito hospitalar em um vídeo gravado por sua mulher, Francine Caroline. Bem-humorado, fez brincadeiras com a roupa do hospital para a cirurgia, bordada de flores: “Se eu empacotar, eu não quero saber dessa roupinha aqui. Não combinou muito comigo, é de florzinha”, divertiu-se, dirigindo-se à companheira.
Natural de Cuiabá, João Carreiro ficou famoso formando a dupla com Capataz, emplacando vários sucessos nos anos 2000. Em 2009, a música “Bruto, Rústico e Sistemático” esteve na trilha sonora da novela Paraíso, da TV Globo. Em 2014, após um desentendimento, a dupla se separou. Mesmo admitindo publicamente sintomas depressivos, João Carreiro seguiu carreira solo. Em dezembro de 2023 lançou as gravações de duas músicas: “Meu Avô” e “A Coroa É Meu Chapéu”.
SAMBA ENTRISTECEU
“Explode coração na maior felicidade/É lindo o meu Salgueiro/Contagiando e sacudindo esta cidade”.
Este, que é um dos mais famosos e mais cantados versos da música brasileira, pertence à bela composição “Peguei um Ita no Norte”, samba-enredo de Demá Chagas, Arizão, Bala, Guaracy e Celso Trindade, com o qual a Salgueiro conquistou, em 1993, seu penúltimo título no carnaval carioca. Seu intérprete, Melquisedeque Marins Marques, o Quinho do Salgueiro, morreu ontem (quarta-feira, 04), aos 66 anos, ao dar entrada no Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador.
Quinho lutava contra um câncer na próstata desde 2022 e estava afastado do carnaval. Ele não resistiu a uma insuficiência respiratória. Ficou conhecido desde quando começou a cantar pela União da Ilha, em 1988, mudando-se para o Salgueiro em 1991. Voltou à Ilha em 1994 e depois circulou por São Clemente, Acadêmicos do Grande Rio, Império da Tijuca e Acadêmicos de Santa Cruz. Em São Paulo, esteve na Rosas de Ouro. Voltou ao Salgueiro, que foi seu carimbo de identificação na arte interpretativa e autoral.
Seus gritos de guerra carnavalescos se tornaram marca registrada. Entre os mais conhecidos: “Arrepia, Salgueiro!”, “Ai, que lindo”, “Pimba, pimba” e “Vai pegar fogo no gongá”. Entre os artistas que fizeram dupla com Quinho nas passarelas e quadras de samba estão Emerson Dias e Xande de Pilares.