Profissional alega que paciente teve uma síndrome rara ao longo da recuperação e que prestou o suporte necessário
Uma esteticista de 37 anos entrou com uma ação na Justiça contra um dentista afirmando que teve parte do nariz necrosado e outras sequelas decorrentes de um procedimento estético para afinar o nariz. Elielma Carvalho Braga diz que após o procedimento, chamado alectomia, perdeu parte da pele e já precisou passar por outros 14 procedimentos cirúrgicos para lidar com as sequelas.
A alectomia é um procedimento estético realizado para afinar o nariz, costurando a cartilagem nas asas nasais. Atualmente, deve ser realizada por um médico desde agosto de 2020, quando o Conselho Federal de Odontologia proibiu expressamente a realização de alectomias por dentistas, dois meses depois da realização da cirurgia em Elielma.
O dentista Igor Leonardo Soares Nascimento, que realizou o procedimento em sua clínica localizada no município de Aparecida de Goiânia (GO), diz que as sequelas foram causadas por uma síndrome da própria paciente e que prestou todo o suporte necessário no pós-operatório.
Procedimento e sequelas
Elielma, por meio de seu advogado Marcos Lara, contou ao Terra que após a realização do procedimento estético, acreditou que tudo tinha dado certo. No entanto, nos dias seguintes, começou a sentir fortes dores e outras alterações no rosto. A paciente diz que manteve contato com o dentista para receber orientações de como tratar.
Quando a situação ficou mais grave, com bolhas que se assemelhavam a queimaduras, ela foi até o consultório do dentista e os dois foram até uma unidade de saúde para que ela recebesse o atendimento necessário.
A esteticista, que não tem plano de saúde, precisou passar por diversos atendimentos na rede pública de saúde até encontrar um cirurgião plástico que se disponibilizasse a fazer o tratamento necessário voluntariamente. De lá para cá, foram 14 cirurgias de reparação, incluindo enxerto de pele e gordura, além de reconstrução de uma das narinas.
Atualmente, Elielma precisa usar um alargador nas narinas para conseguir respirar e, também necessita de mais cirurgias para melhorar as lesões existentes.
Indenização pelos danos
Diante das sequelas, Elielma alega que se afastou das pessoas e que usa máscara constantemente por vergonha de seu nariz, que ficou desfigurado após o procedimento. Então, ela decidiu processar o dentista pedindo indenização por danos morais, materiais e estéticos, no valor de R$ 42 mil.