Criança alegou que recebeu ligação de homem encapuzado que ameaçava o pai de morte e então seguia para Campo Grande
Um menino, de 10 anos, foi flagrado por frentistas de posto de combustíveis entre Chapadão do Sul (MS) e Paraísos das Águas (MS), enquanto dirigia veículo pela BR-060, na noite desta terça-feira, 17 de janeiro. A criança foi abordada pelos funcionários do posto e afirmou que iria “salvar o pai” de ameaças que o genitor recebeu pelo telefone. O caso é investigado.
Conforme o boletim de ocorrência, o menino chegou sozinho no carro modelo Ford Ka branco e parou no posto de combustíveis no quilômetro 40 da rodovia. A Polícia Militar foi informada pela Polícia Rodoviária Federal através de mensagem em aplicativo sobre o caso. De imediato, equipe de Paraíso das Águas se deslocou até o estabelecimento indicado.
No local, o menino relatou aos policiais que dirigia por conta própria e chegou ao local “sem realizar nenhuma ultrapassagem”. Ainda, disse ter aprendido a dirigir com um tio “no sítio”. Questionada sobre a motivação da viagem, a criança contou que ter recebido ligação de vídeo no celular onde homem encapuzado afirmou para o menino “vai logo, senão seu pai vai morrer”.
De imediato, o menino entrou no carro que estava na garagem, deu ré e saiu em direção a Campo Grande, onde o pai está. Na capital, iria para a casa da avó paterna.
Maus-tratos – O menino também relatou aos policias que vive em situação de maus-tratos por parte da madrasta. Em conversa, alegou que apanha da mulher, principalmente quando lava as louças e ficam “mal lavadas”. Contou que apanha de cabo de vassoura e panela.
Os policiais militares acionaram o Conselho Tutelar de Paraíso das Águas, que levaram o menino para abrigo. A criança não apresentava lesões corporais aparentes, descreve o registro policial.
Posteriormente, por volta das 20h30 de ontem, o pai da criança e a madrasta compareceram à Delegacia de Polícia e contaram que estavam a caminho de Campo Grande para realizar consulta médica do filho, de 20 anos, e resolver questões trabalhistas. Quando souberam do caso, retornaram de imediato para a cidade do interior.
Os responsáveis afirmam que deixaram a criança sob os cuidados da irmã, de 14 anos. O pai informou desconhecer que o menino filho sabia dirigir, bem como contou que a chave do veículo estava em cima de guarda-roupa. Os policiais militares orientaram o homem sobre os riscos e classificaram o caso como abandono de incapaz.
Quanto à mensagem de ameaça citada pela criança, os conselheiros tutelares informaram que, após revista no celular, não encontraram ligação igual a relatada. O caso segue em investigação.