O grupo russo Acron fechou a negociação de compra da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3) da Petrobras em Três Lagoas. O anúncio foi feito pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na manhã desta sexta-feira (4) durante o lançamento de pacotes de obras de R$ 70 milhões para macrodrenagem e pavimentação na cidade do Bolsão.
Na solenidade que aconteceu na Câmara de Vereadores de Três Lagoas, a ministra anunciou a venda após receber uma mensagem do presidente da estatal, Joaquim Luna e Silva. “Estou aqui em Três Lagoas e as vezes o Universo conspira ao nosso favor” disse ela. “Acabamos de receber a notícia que a Petrobras concluiu a venda da UFN3 para a Acron e já estamos avançando com o complemento dos entendimentos com o governador Reinaldo Azambuja”, afirmou.
Oito dias atrás, Reinaldo Azambuja se reuniu com a diretoria da estatal e adiantou que a negociação para a venda da unidade estava avançada. “Esse empreendimento é de extrema importância para o Mato Grosso do Sul, tanto para recuperação da economia do município como para a autossuficiência que a fábrica poderá trazer em fertilizantes, dado que nosso Estado é dependente altamente deste insumo”, ressaltou o governador.
Após a confirmação da aquisição da planta pela empresa russa que é referência mundial na produção e exportação de fertilizantes, a Petrobras deve emitir um fato relevante ao mercado, divulgando as condições da negociação, explicou o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
“Muitos querem saber qual é o prazo para a venda e quando a fábrica começa a operar. Primeiro, a Petrobras tem que apresentar esse fato relevante ao mercado – que deve acontecer na próxima semana – para então anunciarem um cronograma. Depois disso, Governo do Estado, Prefeitura de Três Lagoas, Petrobras e Acron vão se reunir para negociar doação de terreno e concessão de incentivos fiscais”, adiantou o secretário.
Cumprem agenda com a ministra Tereza Cristina em Três Lagoas os secretários Eduardo Riedel (Infraestrutura) e Eduardo Rocha (Governo e Gestão Estratégica).
A fábrica
A UFN3 teve a obra paralisada em dezembro de 2014 após a Petrobras romper o contrato com o Consórcio responsável pela construção da fábrica que, na época, já havia consumido mais e R$ 3 bilhões.
A estatal colocou a UFN3 à venda em setembro de 2017, alegando que não tinha mais interesse em seguir no seguimento de fertilizantes. A empresa da Rússia manifestou interesse na compra da fábrica, mas depois desistiu diante do empecilho para o fornecimento do gás natural, que viria da Bolívia. Agora, novamente o grupo finaliza a negociação deste importante ativo estratégico para o desenvolvimento do Estado.