Coroa Britânica considera ligação de ferrovia como projeto sustentável
O projeto da Nova Ferroeste despertou o interesse de um dos principais grupos ligados ao desenvolvimento com bases socioambientais do mundo. A página Sustainable Markets Initiative (Iniciativa de Mercados Sustentáveis), do Reino Unido, publicou um texto sobre o projeto do Governo do Paraná e aponta a ligação ferroviária Paraná-Mato Grosso do Sul como uma solução capaz de diminuir substancialmente a emissão de gases do efeito estufa e promover o crescimento econômico das regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil.
A Iniciativa de Mercados Sustentáveis foi criada por Charles Philip Arthur George, o príncipe Charles, e apresentada no Fórum Econômico Mundial de Davos em 2020. Ela pretende apresentar ao mercado privado soluções sustentáveis para a transição para um futuro mais saudável.
Segundo o texto, considerando que as ferrovias são o meio mais inteligente e eficiente para transportar cargas, conforme apontamento do Banco Mundial, e a necessidade de escoamento de um dos maiores produtores de commodities do mundo, a Nova Ferroeste “surge como uma solução sustentável”.
O site também destaca que há uma carência de infraestrutura para escoar essa produção, sobrecarregando o modal rodoviário, com caminhões movidos a óleo diesel.
Com o projeto, haverá redução substancial de acidentes, custos de transporte e desigualdade social. O documento também aponta que o Porto de Paranaguá pode saltar das atuais 45 milhões de toneladas/ano para 100 milhões em 2030.
Para o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) Jaime Verruck a notícia é excelente para o Estado. “A relevância do reconhecimento é enorme. Primeiro, porque nós já tínhamos identificado que a ferrovia vai gerar redução das emissões em detrimento dos caminhões. Então quando substituímos isso chamamos de greenbond, que significa que esse projeto tem uma capacidade de gerar mais ou menos US$ 700 milhões de dólares em Greenbonds. Isso cria toda uma facilitação sob o ponto de vista de busca de financiamentos internacionais”, explicou Verruck.
Ele ainda destaca a melhoria da atratividade do projeto. “No momento em que ele aparece exatamente nesse painel de mercados sustentáveis da Coroa Britânica isso cria uma condição favorável futura quando a licitação de busca de investidores internacionais interessados além da questão do transporte, no custo logístico e no retorno do capital. É também uma atividade que pode gerar greenbonds, quer dizer, investimentos sustentáveis que estão reduzindo as emissões de gases na atmosfera”, acrescentou.