Médico reforça medidas preventivas e orienta os cuidados diante de acidentes
O consumo de peixes durante a Semana Santa cresce e os casos de engasgos por conta das espinhas se tornam mais comuns. Essas ocorrências podem resultar em lesões em órgãos internos, dor, dificuldade de engolir, sensação de asfixia, tosse, vômitos e outros sintomas que demandam assistência médica de emergência, podendo evoluir para infecções graves se não removidas a tempo, segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).
Entre os grupos de maior risco estão as crianças, que ainda não possuem maturidade de deglutição, e os idosos, que muitas vezes enfrentam dificuldade de mastigação por ter a dentição comprometida e fazer uso de próteses dentárias, o que reduz a sensibilidade.
“As espinhas de peixe são pontiagudas, capazes de perfurar o céu da boca, a garganta, o esôfago e outros órgãos. Elas são muito finas e podem passar despercebidas na mastigação. Por isso, é preciso inspecionar bem o alimento para retirá-las antes de levá-lo à boca, dividi-lo em pequenas porções e mastigar muito bem para reduzir as chances de engasgo”, orienta o médico otorrinolaringologista da ABORL-CCF, Ricardo Dourado.
Diante de uma situação de engasgo, o médico orienta a manter a calma e evitar seguir alguns ritos populares, como comer pão, farinha ou ingerir líquidos na tentativa de mover a espinha, pois essas práticas podem prejudicar a localização do fragmento.
“Se o desconforto permanecer, deve-se evitar tentar retirar o material da garganta por conta própria. Em caso de perfuração, a pessoa pode sentir falta de ar, dor, dificuldade para movimentar o pescoço e febre. É essencial buscar assistência profissional na emergência, pois o médico vai avaliar a necessidade da realização de exames ou de procedimentos para a retirada das espinhas com equipamentos adequados”, esclarece.