Nunca um presidente dos Estados Unidos, em exercício ou não, foi acusado formalmente de crime; audiência deverá ocorrer às 15h (de Brasília)
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump deverá se apresentar nesta terça-feira (4) a um tribunal de Manhattan, em Nova York, após ter sido acusado por um grande juri na última quinta-feira (30). A audiência está marcada para começar às 15h15 (de Brasília). A previsão de duração é de uma hora e quinze minutos.
Autoridades envolvidas no processo tentam fazer com que a operação envolvendo o ex-presidente seja o mais discreta possível.
O escritório do promotor distrital local está investigando o ex-presidente sobre um suposto esquema de pagamento de suborno e encobrimento envolvendo a estrela de cinema adulto Stormy Daniels durante a campanha eleitoral à Presidência de 2016.
Trump, que prometeu manter sua candidatura para a Casa Branca em 2024, é o primeiro atual ou ex-presidente na história dos EUA a enfrentar acusações criminais formais.
À frente do julgamento estará o juiz interino da Suprema Corte de Nova York, Juan Merchan, que já sentenciou o confidente de Trump, Allen Weisselberg, à prisão, presidiu o julgamento de fraude fiscal da Organização Trump e supervisionou o caso de fraude criminal do ex-conselheiro Steve Bannon.
Equipe de Trump prevê estratégia agressiva
Nesta segunda, a equipe jurídica de Trump deu uma prévia de uma defesa robusta que se desenrolará em um cenário de campanha política furiosa. Seus principais partidários estão tentando usar o poder da nova maioria do Partido Republicano para tentar interferir na acusação.
Em entrevista ao programa “State of the Union” da CNN, o advogado de Trump, Joe Tacopina, disse que a equipe do ex-presidente declararia em alto e bom som que ele não é culpado e sinalizou uma tentativa de tentar impedir que o caso chegasse a julgamento.
Enquanto os críticos de Trump celebraram a acusação como um sinal de que ninguém está acima da lei, Tacopina argumentou que o ex-presidente estava recebendo um tratamento pior do que um cidadão comum por causa de sua fama e aspirações políticas.
Tacopina também telegrafou um esforço para atingir a credibilidade do ex-advogado de Trump, Michael Cohen, que fez um pagamento de US$ 130 mil a Daniels e foi preso sob acusações de mentir para o Congresso, mas que pode ser uma testemunha central em qualquer julgamento de Trump.
“Michael Cohen é um mentiroso patológico condenado. Ele mentiu para os bancos, o IRS, o Congresso”, disse Tacopina. Mas o advogado de Cohen, Lanny Davis, reagiu, alertando no “State of the Union” que uma defesa de Trump destruindo a reputação de seu cliente não funcionaria.
“Meu velho amigo Joe Tacopina … (tem) uma estratégia errada se pensa que está construindo toda a sua estratégia em ataques pessoais a Michael Cohen”, disse Davis.