Ministro da Justiça Flávio Dino determinou que PF também investigue evento pró-armas realizado em Brasília no último domingo
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) protocolou uma ação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) devido a suas declarações que compararam “professores doutrinadores” a traficantes de drogas. As afirmações foram feitas durante um evento pró-armas realizado em Brasília no último domingo.
“Eduardo Bolsonaro é um covarde! Num país marcado por atentados contra escolas, utilizar palanque de um evento armamentista para incitar o ódio contra professores e os igualar a bandidos é crime!”, disse a parlamentar em uma rede social, onde também anunciou que irá acionar a PGR.
Durante o evento, o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, estabeleceu uma comparação entre o que ele chama de “professores doutrinadores” e um “traficante de drogas” que supostamente tentaria “levar nossos filhos para o mundo do crime”.
Ele ressaltou a importância dos pais estarem atentos à educação de seus filhos e monitorarem o conteúdo ensinado nas escolas.
“Se tivermos uma geração de pais que prestem atenção na criação dos filhos, tirem um tempo para ver o que eles aprendem nas escolas, não vai ter espaço para professor doutrinador querer sequestrar as nossas crianças. Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar nossos filhos para o mundo do crime”, afirmou, na ocasião.
Investigação Polícia Federal
A Polícia Federal iniciará uma investigação sobre o evento pró-armas realizado, a fim de avaliar os discursos proferidos para identificar “eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos”.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou que acionou a corporação para essa análise, embora não tenha feito referência direta à fala específica do deputado Eduardo Bolsonaro.